As grandes empresas em todo o mundo têm aderido ao conceito de ESG, que defende uma gestão corporativa baseada em governança, proteção ao meio ambiente e responsabilidade social.
Especialista em finanças sustentáveis, Daniela Lana observa que o ESG indica critérios de conduta das organizações cada vez mais importantes para a sociedade. “Ao investirem em iniciativas ambientais, sociais e de governança corporativa, as empresas geram impactos positivos e demonstram diferencial competitivo, com aumento do seu valor perante o mercado. Mostram aos investidores, clientes e stakeholders que estão olhando para o seu negócio de maneira holística, sustentável e transparente. Vimos muito isso a partir de 2020, quando a norte-americana BlackRock, maior gestora do mundo com 10 trilhões de dólares em ativos financeiros, passou a indicar, dentre os princípios globais que norteiam seus investimentos, práticas ligadas à sustentabilidade das empresas”.
O conceito ganhou força no mundo corporativo após o lançamento do Pacto Global em 2000 pela Organização das Nações Unidas (ONU), com o objetivo de chamar as empresas para alinharem suas estratégias e operações aos princípios universais nas áreas de direitos humanos, trabalho, meio ambiente e anticorrupção.
Maior iniciativa de sustentabilidade corporativa do mundo, com mais de 16 mil participantes em 160 países, o Pacto Global defende 10 medidas, que são: proteção de direitos humanos; não participação em violações desses direitos; liberdade de associação e o reconhecimento do direito à negociação coletiva; eliminar todas as formas de trabalho forçado; abolir o trabalho infantil; eliminar a discriminação no emprego; apoiar uma abordagem preventiva aos desafios ambientais; desenvolver iniciativas para promover maior responsabilidade ambiental; incentivar o desenvolvimento e difusão de tecnologias ambientalmente amigáveis e combater a corrupção.
Para Barbara Meirelles Intra, economista e especialista em gestão de pessoas e liderança, as empresas têm uma grande oportunidade e um desafio para gerir pessoas nesse clima aquecido e afã dos CEOs em tornarem suas empresas ESG.
“A área de gestão de pessoas precisa assumir a dianteira das ações vinculadas ao social. Estamos falando de saúde e segurança, responsabilidade com clientes, impacto na comunidade e direitos do trabalhador. Para cada tópico temos um conjunto de possibilidades para promover uma experiência positiva e sustentável às pessoas que são impactadas pela atividade econômica. Esse desafio é um convite para que a área de gestão de pessoas participe cada vez mais dos aspectos estratégicos do negócio, conhecendo seus clientes, promovendo uma jornada positiva para os colaboradores e compreendendo o impacto da operação na comunidade”, ressalta Barbara.
Apesar de compliance e ESG serem conceitos distintos, Daniela Lana explica por que estão relacionados. “Compliance é o guia de conduta das corporações, zelando pelas relações éticas nas empresas. É um dos maiores aliados na estratégia de ESG, com uso de suas ferramentas para uma melhor gestão de riscos, combate à corrupção e promoção de iniciativas de sustentabilidade e impacto social mais eficazes. Em todos os pilares do ESG, especialmente na governança corporativa, o compliance contribui para que haja mais consistência, transparência e perenidade nas atividades”, orienta a especialista.
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