Nas últimas décadas, o Espírito Santo se tornou um grande produtor de energia oriunda de fontes renováveis, sem emissão de gases do efeito estufa. E é possível que essa capacidade cresça ainda mais. A expectativa é que o potencial do Estado para produzir energia limpa aumente até quase quatro vezes, saindo de 221 MW em 2022 para 810 MW em 2031, segundo projeção da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
Atualmente, de acordo com os dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), existem 44 empreendimentos de geração de eletricidade limpa em operação no Espírito Santo: seis de biomassa, 12 de energia solar e 26 de hídrica. Juntos, totalizam 47,2% de toda a potência instalada em território capixaba para a produção de energia elétrica.
A gerente executiva do Observatório da Indústria da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Marília Silva, destaca que os maiores empreendimentos em termo de capacidade energética estão nos municípios de Aracruz, na Região Norte, e na divisa do Espírito Santo com Minas Gerais.
“Dentre esses empreendimentos, os destaques são a planta de geração de eletricidade a partir da lixívia (alvejante similar à água sanitária) da Suzano S.A, em Aracruz; e a hidrelétrica de Mascarenhas, situada entre Baixo Guandu e Aimorés (MG). O Espírito Santo é um Estado com bastante potencial na geração de energia limpa”, destaca.
Além disso, conforme o último levantamento feito pela Agência de Regulação de Serviços Públicos (ARSP), em 2020, 8,2% da produção de recursos energéticos no Espírito Santo são proveniente de fontes renováveis, principalmente a partir de lixívia (5,2%), dos derivados da cana-de-açúcar (1,6%) e da hidráulica (1,1%).
“Para os próximos anos, há a expectativa de que a produção de energia limpa no Espírito Santo avance por meio da maior exploração sustentável do potencial energético renovável do Estado, com destaque para as fontes solar, biomassa e eólica. Esses recursos poderão ser utilizados para a produção de eletricidade, hidrogênio sustentável e biocombustíveis”, reforça Marília.
Outro número significativo observado é a utilização de gases industriais para manutenção energética das próprias fábricas. Ainda segundo a ARSP, mais de 26% da geração de eletricidade do Estado foi originária desse processo. “Estamos falando de aciaria, coqueria e alto-fornos, sendo a ArcelorMittal e a Vale as principais indústrias com geração de energia para o seu processo industrial”, aponta.
Já a subsecretária de Estado de Competitividade, Rachel Freixo, destaca a preparação para a produção de energia eólica no Espírito Santo. Pelo menos quatro projetos buscam licenciamento ambiental para poder operar no litoral capixaba nos próximos anos, nas cidades de Itapemirim e Presidente Kennedy.
“Especificamente quanto à geração de energia geotérmica, que é um tipo de energia renovável obtida a partir do calor proveniente do interior da terra, ainda não há no momento projetos em andamento. No entanto, políticas públicas como o Programa Gerar (cartilha para incentivar investimentos), por exemplo, estão disponíveis também para projetos dessa natureza, pois fomenta a geração de energias renováveis independentemente da fonte.”
Com o objetivo de estimular a geração de energia limpa, o governo estadual conta com os Atlas Eólico, Solar e de Biomassa, que mapeiam e divulgam o potencial energético dessas fontes renováveis em solo capixaba. De acordo com o subsecretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação (Sectides), Denio Rebello Arantes, é possível acessá-los no site da ARSP.
“São ferramentas públicas, gratuitas, que facilitam muito o acesso por qualquer pessoa. É um passo muito importante para que as empresas possam começar a estudar e investir em todas as regiões do nosso Estado”, afirma o subsecretário.
O potencial capixaba
Espírito Santo tem 44 empreendimentos para geração de energia limpa, dos quais 6 são de biomassa; 12 de energia solar e 26 hídricos. Os maiores empreendimentos em termo de capacidade energética estão em Aracruz, na Região Norte, e em Baixo Guandu, no Noroeste. Em 2020, cerca de 8,2% da produção energética do ES foi proveniente de fontes renováveis: lixívia (5,2%), derivados da cana-de-açúcar (1,6%) e hidráulica (1,1%).
Energia solar
Observa-se que o Estado tem boa irradiação solar, cuja variação está entre 4,64 e 5,40 kwh/m².dia. Já o potencial natural é de 5.514 tw, disponibilizando uma energia de 82.712 twh/ano.
Energia eólica
O Estado tem um potencial estimado de 142 mil gw para eólica offshore (em mar) e 18,3 mil gw para onshore (em terra) quatro empresas já entraram com pedidos para operar no es.
Biomassa
A partir da biomassa, o Espírito Santo consegue produzir cerca de 540 mw de energia limpa.
Fonte: Atlas Eólico do Espírito Santo, Atlas da Biomassa do Espírito Santo, Agência de Regulação de Serviços Públicos (arsp) e Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
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