Um Estado luz para as demais unidades da federação. É assim que o Espírito Santo é definido pelo Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), órgão responsável por levantar a carteira de projetos previstas para o território capixaba nos próximos anos. A avaliação é referente aos mais de R$ 45 bilhões em investimentos planejados até 2024. O último mapeamento do Instituto, divulgado no início de novembro, apresenta uma lista de 726 projetos, alguns em execução e outros previstos, em diversas áreas: agropecuária; comércio, serviços e administração pública; e indústria.
“Neste ano, percebemos que a nossa carteira de investimentos totaliza um montante de R$ 45,4 bilhões. É um número expressivo e isso é muito positivo para a economia capixaba, traz muita esperança para 2021”, evidencia o diretor de Integração do IJSN, Pablo Lira.
A origem do capital dos investimentos anunciados é de maioria privada nacional (58,2%), superando o índice de todos os anos anteriores até 2013. São obras como a duplicação da BR 101, construção de portos, exploração de petróleo, implantação de termelétricas, entre outras.
Em relação às microrregiões, a Metropolitana lidera os investimentos (41,6%). É seguida pela Rio Doce (22,4%), depois Litoral Sul (18,8%) e Nordeste (11,3%).
No mapeamento do IJSN, a indústria se destaca com um total de R$ 42 bilhões, o que corresponde a uma participação de 92,5%. Na sequência, vêm o comércio (7,4%), com R$ 3,35 bi, e a agropecuária (0,1%), com R$ 42,3 milhões.
No comércio, o destaque fica por conta dos transportes, armazenagem e correio e saúde humana e serviços sociais, que reúnem o maior montante dos recursos. Já no industrial, só a construção tem uma participação de 62,6% de todo o investimento, o equivalente a mais de R$ 28 bilhões. As indústrias de transformação e de extração também acumulam cifra bilionária, com aproximadamente R$ 7 bi e R$ 5 bi, respectivamente.
726
é o número de projetos de investimentos previstos para o Estado até 2024, segundo levantamento do IJSN
OBRAS DE NORTE A SUL
Os investimentos bilionários vão trazer obras de Norte a Sul do Estado. No Porto Central, em Presidente Kennedy, no Litoral Sul, são R$ 3,5 bi previstos para a execução. A mesma região ganha ainda R$ 1,5 bilhão da Petrobras em atividades de desenvolvimento do Novo Campo de Jubarte e R$ 1,8 bilhão da Shell, no desenvolvimento e produção de campos de petróleo.
Na Região Metropolitana, o destaque fica para a construção da ferrovia que liga Vitória ao Rio de Janeiro, com obras no trecho entre Cariacica e Anchieta, no Sul. O investimento é de R$ 3,2 bi. A Vale pretende investir ainda R$ 1,27 bi na implantação do Plano Diretor Ambiental de Tubarão, e a ArcelorMittal R$ 1,2 bi na melhoria da produção e controle ambiental. Está prevista ainda a modernização e automatização de processos no Liquiport Vila Velha e a renovação com a União do Terminal do município.
No Norte, a Weg planeja expandir a unidade em Linhares, investindo R$ 140 milhões. Há ainda a previsão para a ampliação do Portocel, com R$ 2 bi em recursos, e a construção de um terminal portuário da Imetame, orçado em R$ 1,7 bi.
O diretor-presidente do IJSN, Daniel Ricardo de Castro Cerqueira, relaciona os investimentos previstos para o Estado com o equilíbrio fiscal do Espírito Santo e também pela gestão da pandemia da Covid-19 baseada na ciência. “O Espírito Santo tem maturidade institucional. Nós passamos por um dos períodos mais dramáticos da humanidade, que foi a pandemia."
Daniel Cerqueira
Diretor-presidente do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN)
"A sociedade brasileira foi castigada com péssimas políticas, fake news, a ideia de que a vacina não era importante. Aqui, no Espírito Santo, houve diálogo com a academia, com os empresários, com o setor da educação. Não é à toa que saímos em uma situação melhor em relação ao país no que diz respeito à pandemia"
Cerqueira avalia que, apesar da força dos investimentos previstos, o Espírito Santo não é uma ilha e é afetado pelos fatores nacionais e internacionais.
“O quadro nacional é muito difícil, crise atrás de crise, desmandos governamentais e conseguimos, aqui no Espírito Santo, a despeito desse cenário, levar o barco nesse mar tormentoso. No âmbito internacional, vimos um novo boom de commodities até meses atrás, contudo temos a desaceleração econômica da China e de outros países, a inflação de algumas regiões provocada pela flexibilização quantitativa, dinheiro colocado em doses cavalares na economia. Vão vir políticas econômicas restritivas colocando freio, mas o Espírito Santo está indo muito bem”, finaliza.
Os diretores acreditam que os investimentos bilionários se convertem em geração de emprego e renda até 2024, dados que trazem esperança frente ao cenário nacional, que não apresenta indicadores mais consistentes em relação à retomada econômica.
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