A retomada da atividade econômica é o principal desafio apontado por economistas para o pós-pandemia no Brasil e no mundo. No Espírito Santo, projetos de infraestrutura, instalações de novas empresas e expansões prometem criar mais de 18 mil vagas de emprego direto em todos os níveis de escolaridade e serão primordiais para o Estado se recuperar da crise agravada pela pandemia do novo coronavírus.
O secretário de Estado de Desenvolvimento, Marcos Kneip, revelou que o Espírito Santo conta com um programa de retomada da economia capixaba que reúne um grande pacote de investimentos públicos e privados.
“O Estado desenvolve uma política agressiva de atração de investimentos, por meio de diálogo constante com os empresários. Teremos números robustos de investimentos para alavancar o setor produtivo. Estamos analisando a possibilidade de assinar um termo de cooperação com a Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) para fortalecer a atração de empresas que podem agregar valor à cadeia produtiva do Estado”, explicou Kneip.
O secretário não adiantou detalhes do programa, mas salientou que o Estado já está preparado para superar a crise. “O Espírito Santo tem inúmeras vantagens frente a outros estados. Mão de obra qualificada, leis de incentivos fiscais que garantem segurança jurídica aos investidores, gestão pública eficiente que valoriza a aproximação com o setor produtivo, regularidade fiscal, investimentos em infraestrutura, cadeia de desenvolvimento diversificada e respeito à questão ambiental. Tudo isso garante poder de atração ao Estado e promove um bom ambiente de negócios”, ressaltou Kneip.
Confirmando esse movimento de retomada levantamento realizado pela Findes aponta que o Estado deve receber, nos próximos cinco anos, um conjunto de investimentos em eficiência energética, indústria e infraestrutura rodoviária, ferroviária, portuária e aeroportuária, que somam mais de R$ 64 bilhões.
A criação de novas fábricas e a expansão de indústrias já existentes estão entre os principais investimentos elencados pela Findes. Entre os novos negócios, a planta de eletrodomésticos Britânia vai investir R$ 394 milhões na construção de uma unidade que será instalada em Linhares. A operação está prevista para o primeiro semestre de 2021, com a contratação de 2 mil profissionais.
Com 82 anos, a Cooperativa de Laticínios Selita, a mais antiga do setor no Estado, inaugura até maio de 2021 uma nova fábrica. O investimento de R$ 80 milhões em Cachoeiro de Itapemirim vai garantir ao grupo dobrar a receita, hoje em R$ 300 milhões por ano, com a captação de um milhão de litros de leite por dia.
Também em Linhares, a Cacique Café Solúvel vai investir R$ 253 milhões na construção de uma unidade e empregar 500 profissionais. O processo de contratação da fábrica começou em janeiro de 2020. Na Serra, a instalação de um centro de distribuição da fabricante de chocolates Hershey’s vai gerar 50 empregos, entre diretos e indiretos, no município. O investimento é de R$ 7 milhões.
Ainda no setor da indústria, a Brinox, fabricante de itens domésticos como talheres e panelas, anunciou a construção de uma nova fábrica no Norte do Estado, que vai gerar 640 vagas de emprego. O total do investimento é de R$ 50 milhões. Já a fábrica paranaense de papelão P2A vai investir R$ 5 milhões na instalação de uma unidade no município de Linhares para produzir papel ondulado para embalagens. A expectativa da empresa é criar mais de 30 empregos direitos e 50 indiretos.
Quanto às expansões, a WEG, fábrica de equipamentos elétricos que também atua em Linhares, vai investir R$ 148 milhões e criar 200 empregos diretos. E a fábrica de porcelanato Biancogres vai investir R$ 149 milhões nas atividades do parque industrial que funciona no município da Serra, com a contratação de 550 colaboradores, sendo 300 empregos para a nova linha de produção e 250 durante as obras.
No setor alimentício, a fábrica de chocolates Garoto, em Vila Velha, vai investir R$ 200 milhões em seu projeto de expansão, com a contratação de 200 novos profissionais. Já a Laticínios Porto Alegre, que já tem uma unidade de processamento em Dores do Rio Preto, vai construir uma fábrica em Rio Novo do Sul, com investimento de R$ 45 milhões e criação de 120 empregos diretos.
Para Kneip, esses investimentos são resultado da confiança que o empresariado tem no Espírito Santo.
Marcos Kneip Navarro
Secretário de Estado de Desenvolvimento
"Lideramos em rankings importantes que fazem com que o empresário reconheça as vantagens de investir aqui. Somos o Estado número um em transparência em compras emergenciais e nota A no Tesouro Nacional"
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01
GAROTO
Investimento: R$ 200 milhões na expansão da fábrica de chocolates de Vila Velha. Vagas de emprego: 200
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02
BRITÂNIA
Investimento: R$ 394 milhões na instalação de fábrica de aparelhos eletroportáteis como liquidificadores, multiprocessadores e ventiladores. Vagas de emprego: 2 mil
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03
SELITA
Investimento: R$ 80 milhões na construção de fábrica em Cachoeiro de Itapemirim com capacidade de processar 1 milhão de litros de leite por dia.
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04
CACIQUE CAFÉ SOLÚVEL
Investimento: R$ 253 milhões na construção de uma fábrica em Linhares. Vagas de emprego: 500
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05
WEG
Investimento: R$ 148 milhões na expansão da fábrica de equipamentos elétricos que atua em Linhares. Vagas de emprego: 200
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06
HERSHEY'S
Investimento: R$ 7 milhões na instalação de um centro de distribuição na Serra. Vagas de emprego: 50 empregos diretos e indiretos
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07
LATICÍNIOS PORTO ALEGRE
Investimento: R$ 45 milhões na construção de fábrica em Rio Novo do Sul. Vagas de emprego: 120
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08
BRINOX
Investimento: R$ 50 milhões na construção de uma fábrica de itens domésticos no Norte do Estado. Vagas de emprego: 640
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09
BIANCOGRES
Investimento: R$ 149 milhões na expansão do parque industrial que funciona na Serra. Vagas de emprego: 550
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10
P2A
Investimento: R$ 5 milhões na construção de uma fábrica de papel ondulado para embalagens em Linhares. Vagas de emprego: 30 diretos e 50 indiretos
Salto ao desenvolvimento
Obras vão garantir ganho ao sistema de transporte do ES
Levantamento da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) aponta que, além da expansão dos parques fabris, os projetos logísticos serão responsáveis por abrir novos caminhos para o desenvolvimento do Estado. As obras de infraestrutura somam os maiores volumes de investimentos previstos ou já autorizados para o Espírito Santo e reúnem o maior número de novos empregos a serem criados.
A duplicação da BR 262 no Estado lidera essa expectativa com a previsão de gerar 12 mil empregos diretos durante o período de concessão de 30 anos no Espírito Santo e em Minas Gerais em obras e na operação do empreendimento. No Estado capixaba, serão 1,7 mil somente no período de duplicação de vias, instalação de passarelas, de retornos e de pontos de ônibus.
Já as obras de construção do ramal ferroviário entre Cariacica e Anchieta devem gerar mais de 1.800 empregos diretos durante a construção do primeiro trecho daquela que, no futuro, se tornará a ferrovia Vitória-Rio (EF 118). O investimento total é de R$ 3 bilhões. A nova linha férrea é um dos investimentos previstos para a Vale poder renovar seu contrato de concessão das estradas de ferro Vitória a Minas (EFVM) e Carajás (EFC), o que impulsionará a expansão da produção de minério de ferro no Estado.
Para o setor produtivo capixaba, a ferrovia vai reduzir custos com frete por meio da conexão pelo modal ferroviário com terminais importantes, como o Porto de Ubu, em Anchieta, o Porto Central, que será instalado em Presidente Kennedy, e o do Açu, no Norte do Rio de Janeiro.
Na infraestrutura portuária, recebem destaque as obras da Vale no Porto de Tubarão que vão abrir 1.500 empregos diretos no próximo ano. A mineradora prevê investir R$ 4 bilhões em quatro anos no complexo portuário. A maior parte desse investimento será empregada em transporte de minério e gestão hídrica.
No Porto da Imetame, em Aracruz, as obras de construção do terminal portuário vão criar mais de 900 empregos entre diretos e indiretos. O empreendimento é considerado pela Findes uma das obras de infraestrutura mais importantes para a expansão do mercado de exportação capixaba.
Também se destacam no levantamento feito pela Findes as obras de expansão da ArcelorMittal Tubarão. O plano de negócios, investimentos e adequações ambientais da empresa prevê a contratação de 2 mil trabalhadores de diversas áreas e escolaridades. Entre os investimentos, está a construção de uma usina de dessalinização de água do mar do Estado. O investimento é de R$ 50 milhões. Além desses empregos, há ainda outras 1.000 vagas previstas no desenvolvimento de projetos normativos da siderúrgica.
O diretor de Defesa de Interesses da Findes, Luis Claudio Montenegro, explicou que todos esses investimentos estão conectados. “Temos um conjunto rodoviário que se conecta ao complexo portuário e ao ferroviário criando, assim, a infraestrutura necessária para a expansão da indústria. Os projetos para rodovias, ferrovias e portos são as atividades meio. Fortalecendo essa infraestrutura, retiramos os gargalos e expandimos a indústria no Estado”, afirmou.
Montenegro destacou, também, o papel dos investimentos em eficiência energética para impulsionar o desenvolvimento industrial capixaba. “Onde tem gás, é possível ter usina termelétrica, o que permite a instalação de indústrias próximas aos complexos portuários. Com isso, fortalecemos a exportação. O Estado tem hoje um grande potencial exportador de café, frutas, siderurgia, mineração. Para esse potencial alavancar, a infraestrutura é essencial”, completou Montenegro.
Para isso, a Findes aponta como essencial o investimento em dutovias que permitam o transporte do gás natural, desde os pontos de produção do pré-sal, associadas a unidades de tratamento, usinas termoelétricas e a uma rede de distribuição.
Montenegro ressaltou que, a partir desta perspectiva integrada dos investimentos previstos e já autorizados para o Espírito Santo, a Findes está trabalhando para articular junto ao governo do Estado a retomada do plano estadual de infraestrutura e logística. “Precisamos de um projeto político que promova investimentos e garanta um bom relacionamento internacional”, finalizou o diretor de Defesa de Interesses da instituição.
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