Para além das conhecidas praias de Guarapari e do friozinho de Pedra Azul, existem muitos outros destinos prontos para serem explorados no Espírito Santo e o melhor de tudo: em harmonia com a natureza.
Essa rota de turismo verde tem atraído não só quem está em busca de lazer, mas também quem quer trabalhar longe da agitação das cidades urbanas e adotar um novo estilo de vida.
É o caso de Patrick Martins Castelo, autônomo e condutor ambiental que mora em Patrimônio da Penha, na região do Caparaó. “Aqui a gente está na zona de amortecimento do Parque Nacional do Caparaó, aos pés do parque. A vila do Patrimônio da Penha tem sete cachoeiras, fora os poços, mas vai muito além disso”, pontua ele.
Patrick foca os roteiros de turismo rural, com intuito de fortalecer pequenos produtores que vivem na região. “A gente não pode olhar só para a montanha e virar as costas para o produtor local. Nos meus roteiros no Caparaó, procuro fomentar o turismo nas propriedades familiares”, explica.
A rota que ele costuma fazer com os turistas começa com hospedagem em alguma pousada ou camping no Patrimônio da Penha. “Ao invés de fazer o café da manhã na pousada, levo as pessoas para fazer a primeira refeição em uma queijaria dos meus amigos. Depois vamos para o circuito das sete cachoeiras, em seguida retornamos e almoçamos em uma das propriedades com restaurante”, detalha, acrescentando que o roteiro inclui ainda coleta de morango, direto da plantação, e visita à produção local de cogumelo shitake.
Segundo Patrick, mais de 20 famílias moram dentro da Serra do Caparaó, em casas ecológicas. “Fomentamos mesmo o turismo nessa região. Não é aquele turismo predatório, que só vem e não deixa nada. Fazemos questão de fortalecer a comunidade, apresentando às pessoas a possibilidade de levar mel, café, queijo, cachaça produzidos aqui”, completa.
O condutor turístico Fabio Macina mora em Itapemirim, no Sul do Estado, e tem como missão exaltar as belezas da região. “Temos o Frade e a Freira, que as pessoas até conhecem mas não sabem o quão fácil é o acesso até lá. Você pode subir de carro e em quatro minutos já está na pedra. Temos também o Monte Aghá, que é visitado diariamente. No final de semana vem gente de fora do Estado para ver o nascer do sol e a lua cheia também”, comenta.
Outro ponto cheio de surpresas é a Lagoa Guanandy, também conhecida como Lagoa Sete Pontas, com visual deslumbrante. “As praias de Itapemirim são atrativos turísticos que algumas pessoas não conhecem e poderiam ser mais exploradas. Há ainda duas trilhas que interligam as praias: da Praia da Gamboa para a Praia do Martinho; e da Praia do Martinho para Balneário Monte Aghá, que é divisa com Piúma. Isso tudo margeando mata, pedra e mar”, conta.
Macina dá um exemplo do tour que costuma fazer com os turistas pela região. “A gente sai da pracinha de Itaipava, pega o pessoal em Itaoca, vai na Lagoa Guanandy, depois na Casa do Doce, onde degustam um café. Na sequência, vamos a uma cachaçaria, para a demonstração de como a cana é aproveitada, e, por fim, fechamos na Lagoa Azul.”
Para o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo (Fecomércio-ES), Idalberto Moro, o Espírito Santo tem grande potencial no turismo verde.
Idalberto Moro
Presidente da Fecomércio
" O turismo verde é uma tendência mundial, e o Espírito Santo é privilegiado por ter uma região interiorana muito rica. O turismo de montanha teve um crescimento enorme, com vários hotéis e estruturas sendo feitas contemplando o convívio com a natureza"
“Essa é uma tendência de turismo que está em alta no mundo, e o Espírito Santo é privilegiado por ter uma região interiorana muito rica. O turismo de montanha teve um crescimento enorme, com vários hotéis e estruturas sendo feitas contemplando o convívio com a natureza. Na Fecomércio, nosso projeto atual é valorizar muito esse turismo de relacionamento com a natureza. A gente vem pregando isso e mostrando as oportunidade dos hotéis se qualificarem”, ressalta.
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