As festas de final de ano podem provocar um misto de sentimentos: alegria, tristeza, saudade, nostalgia, ansiedade e frustração ganham espaço em diferentes medidas, dependendo da pessoa, de suas experiências e da situação de saúde física e mental.
Em algumas pessoas mais velhas as emoções se manifestam com mais intensidade. Se há gratidão, vontade de receber um novo ciclo e esperança, pode haver também medo e insegurança em relação ao futuro, às condições de saúde e aos desafios trazidos pelo envelhecimento.
Por isso, nas famílias em que há idosos, é importante olhar com maior atenção as emoções e a saúde mental – que, inclusive, podem repercutir na saúde física. A dica é sempre agir com foco na prevenção, no cuidado e diálogo.
Alguns comportamentos podem contribuir para o bem-estar nesta época: fazer planos para o futuro, mesmo que de curto prazo, preservar hábitos que lhe tragam tranquilidade e alegria, manter-se ativo e em movimento, participar da organização das comemorações da forma que for possível, reconhecer sua importância dentro daquele núcleo familiar como um precursor, manter-se aberto às trocas e às experiências que os encontros proporcionam.
Para os familiares, o reconhecimento da importância daquele idoso é algo que faz toda a diferença. E aqui estamos falando de incluí-lo com o respeito que ele merece, fazendo dos festejos de final de ano uma oportunidade de crescimento familiar e intergeracional, que poderá fortalecer laços e beneficiar todos os envolvidos.
Ouvir o idoso, saber de sua expectativa para a data, convidá-lo a participar da forma que for mais adequada, sabendo também respeitar sua vontade e permitindo que ele descanse, caso necessário, são outros cuidados que podem fazer sentido.
Porque, no fundo, falar de festas de final de ano é falar de encontros, de relacionamentos e de tradições. E relacionar-se e manter-se socialmente ativo é um pilar importante para o bem envelhecer.
Evidências científicas deixam claro que não importa tanto o tipo de vínculo, mas a qualidade desse vínculo. E o período de festas é oportuno para se aproximar de uma pessoa idosa da qual não conseguimos estar perto durante o ano. Todos os vínculos são importantes e se fizerem sentido devem ser valorizados. O que conta, de verdade, é se relacionar bem. E, mesmo que tenhamos que discordar de Tom Jobim, não se trata de dizer que é impossível ser feliz sozinho. É sobre, como pessoa, adotar uma postura aberta e receptiva à importância do componente social e relacional em prol do nosso próprio bem-estar.
É sobre, enquanto familiares de idosos, ser esse estímulo para que ele não deixe de ser quem é, de sonhar, de se conhecer e se empenhar para usufruir do que plantou sem deixar de seguir plantando.
Que as festas de final de ano sejam momentos de paz e harmonia, afinal, a vida é a arte do encontro.
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