O acordo para a repactuação dos danos causados pelo rompimento da barragem de Mariana, da Samarco, representa, não apenas um avanço na busca de uma reparação justa e integral para as famílias atingidas, mas também um alento sob o ponto de vista da economia local nos municípios capixabas.
Para além dos valores a serem destinados pela empresa e suas acionistas, Vale e BHP Brasil, totalizando R$ 132 bilhões em novos recursos, o andamento das ações trará reflexos para a economia do nosso Estado. A assinatura e a homologação do acordo são um marco importante nesse processo, que seguirá contando com o nosso acompanhamento diante das responsabilidades assumidas pela Samarco e pelo poder público.
Divulgamos recentemente os números da indústria capixaba. Somente no primeiro semestre de 2024, a atividade econômica do Estado, estimada pelo Indicador de Atividade Econômica IAE-Findes, registrou alta de 3,9% em relação ao mesmo período do ano passado. Com esse resultado, o crescimento econômico capixaba superou a evolução do PIB nacional, que avançou 2,9% no mesmo período.
Muito desse incremento se deve à mineração, um dos itens da pauta exportadora brasileira e que tem em nosso Estado uma das principais portas de saída. É importante lembrar que somos o maior produtor e exportador de pelotas de minério de ferro do mundo, fruto, em grande parte, dos investimentos realizados por grandes companhias, entre elas, a Vale e a Samarco.
Esperamos que os recursos que o Espírito Santo receberá – da ordem de R$ 40 bilhões a serem aplicados pelos governos federal e estadual a partir do desembolso das empresas - sejam totalmente investidos em benefício dos capixabas, assegurando a compensação pelos danos gerados pela tragédia. Entendemos como um avanço os termos finais definidos para o acordo, que totaliza R$ 170 bilhões.
As empresas – tendo a Samarco à frente – se encarregarão de concluir os pagamentos de indenizações e ficarão responsáveis pela reparação ambiental nos dois estados, além dos reassentamentos em Minas. A destinação dos recursos vai ajudar a movimentar as economias locais nos territórios impactados. Um ponto relevante do acordo foi a inclusão de Anchieta na lista de cidades afetadas, afinal, o município foi um dos que mais sofreu com a paralisação das atividades da Samarco durante cinco anos, em virtude do rompimento da barragem.
Nada apagará os danos gerados, mas temos avanços do ponto de vista da reparação e da retomada da Samarco, rumo à sua capacidade plena. Além disso, o acordo reforça o compromisso da indústria capixaba em assumir suas responsabilidades e se atualizar diante de desafios e demandas da sociedade.
A mineradora retomou em agosto deste ano mais uma usina de pelotização – atualmente são duas em operação na unidade de Ubu, em Anchieta – e começará 2025 com 60% de sua capacidade instalada. Para essa etapa, a empresa investiu R$ 1,6 bilhão, gerando cerca de 3.000 postos de trabalho nos dois estados. De acordo com seu plano de negócios, a expectativa da empresa é atingir 100% até 2028.
Essa retomada gradual e planejada representa mais tributos, empregos e oportunidades para as empresas fornecedoras da Samarco em nosso Estado. Assim, com investimento e seriedade nos compromissos assumidos com o acordo, a Samarco poderá dar continuidade à sua responsabilidade social, buscando soluções que beneficiem toda a sociedade, sempre em parceria com empresas e com o poder público.
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