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É produtor cultural, escritor e diretor no IHGES

Adeus, queima de fogos: espetáculo dos drones veio para ficar

Atração em cidades como Belo Horizonte e Balneário Camboriú na virada, tecnologia pode colocar em breve o show de fogos de artificio na condição de coadjuvante

  • Manoel Goes É produtor cultural, escritor e diretor no IHGES
Publicado em 04/01/2024 às 11h22

Tivemos no réveillon 2023-2024 uma nova atração além da tradicional queima de fogos de artificio: os drones. Com 400, 500 e até mil equipamentos nas apresentações, a tecnologia pode colocar o show de fogos de artificio na condição de coadjuvante nos céus do país na noite da contagem regressiva. Acredito nessa tendência, haja vista o considerado maior show de drones da América Latina que marcou a virada do ano em Balneário Camboriú, no Litoral Norte de Santa Catarina.

Lá, mil drones fizeram a apresentação no céu da Praia Central, que teve a faixa de areia alargada em 2021. Uma novidade que o governo de Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos, ofertou à prefeitura, incluindo toda a estrutura técnica para a sua realização. Os drones pertencem ao governo do país e ficaram na cidade catarinense somente para a essa apresentação. Os drones foram destaque também em Belo Horizonte, Recife e Curitiba.

O céu da capital dos mineiros recebeu o ano de 2024 com muita luz e espetáculo de sincronismo impressionantes. Na praça da Liberdade, milhares de pessoas puderam acompanhar um lindo show de sincronismo e luzes dos mais de 300 drones que contaram em imagens a história da capital mineira e também do Estado.

Os primeiros segundos do novo ano foram celebrados com um “Feliz Ano Novo”, visto por todos no céu da praça e de muitos outros que estavam nas sacadas dos prédios vizinhos, escrito pelos drones. Mais do que apenas uma celebração do novo ano, a festa de luzes protagonizada pelos drones também foi uma ode à mineiridade. Teve a bandeira do Estado, uma imagem da Igrejinha da Pampulha e uma capa de disco de Milton Nascimento.

Sem a tradicional queima de fogos de artifício à beira-mar, Florianópolis realizou também um show com 300 drones em voos coordenados, que iluminaram o céu da cidade, com uma mensagem de Feliz Ano Novo, e um desenho da icônica ponte Hercílio Luz. Canhões de laser projetados em escunas, jatos d’água e projeções de imagens em cortinas d’água completaram o espetáculo que se concentrou exclusivamente no entorno do Trapiche da Beira-mar Norte.

Réveillon
Drones na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte. Crédito: Léo Bicalho/Secult/MG

O réveillon do Rio de Janeiro contou também com essa atração extra, além dos tradicionais fogos de artifício: a praia de Copacabana recebeu também um show de 400 drones. A tecnologia foi usada para homenagear os 40 anos que o Rock In Rio. Os equipamentos se organizaram no céu formando guitarras e outras imagens que remetem ao festival. O espetáculo durou cerca de oito minutos, antes da virada e da tradicional queima de fogos.

Creio que a partir dessa experiência de grande sucesso do belíssimo espetáculo de sincronismo e luzes dos drones na virada de ano, e da repetição que está se tornando nos últimos anos a queima de fogos, sem maiores novidades, apesar da diminuição do ruído exigido por lei em prol dos pets e pessoas com hipersensibilidade auditiva, principalmente as pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA),  caberá ao espetáculo tecnológico assumir o protagonismo nas noites de virada de ano. O espetáculo dos drones veio para ficar.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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