Completados 66 anos de existência (16/11/22), o Incaper precisa se adaptar aos novos tempos para avançar no desempenho de sua missão de prestação de serviços em pesquisa, assistência técnica e extensão rural.
Deve-se lembrar, de saída, que essa instituição tem promovido correções de rumos, em ciclos médios de 20 anos. Assim, a ACARES, fundada em 1956, foi transformada na Emater, em 1975. Em 1999 ocorreu a fusão da Emcapa/Pesquisa com a Emater/ATER, originando o atual Incaper. Portanto, já fechado o 3º ciclo, os ajustes para enfrentar os novos desafios tornam-se inadiáveis.
Mesmo com o desgaste da classe política e acirrada polarização no pleito nacional, esperava-se a reeleição do governador do Espírito Santo no 1º turno, tanto pelo trabalho responsável do seu governo, quanto pelo destaque de ser colocado como o governador mais bem avaliado no Brasil. Entretanto, a forte “onda bolsonarista” que elegeu grandes bancadas país afora, com votações robustas, nas Assembleias, Câmara Federal, Senado e Estados, marcou presença no Espírito Santo.
Hoje, extinto o risco de retrocesso na gestão do Estado e garantido o alinhamento no plano federal, a reeleição de Casagrande traz esperança de avanços no apoio do governo ao meio rural, começando por séria avaliação sobre o funcionamento do Sistema: SEAG, Incaper, Idaf e Ceasa.
Durante o 2º turno, muitos servidores aumentaram o tom das críticas à defasagem salarial e às condições gerais de trabalho, evidenciando uma forte desmotivação profissional, desconsiderando, contudo, o esforço do governo no combate à pandemia, entre 2020 e 2021, e os investimentos recordes na reestruturação das vinculadas à SEAG.
Quanto ao Incaper, a sua efetiva reestruturação passa pela recomposição do seu quadro de pessoal, através do concurso da área finalística, e pela compreensão da SEGER, no suprimento adequado do pessoal de suporte. Ademais, passa pela revisão do reajuste na defasada tabela salarial e da atual comprometedora cota anual de custeio. Imperativo também será aprimorar a democracia interna, ampliar o diálogo com servidores, melhorar o processo de gestão e, em especial, construir coletivamente um novo organograma e seu regimento interno.
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