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É oncologista clínica

Álcool e alimentação: o que aumenta o risco de câncer de próstata?

A nova mensagem é a seguinte: o consumo de álcool deve ser feito com extrema cautela e nunca com a expectativa de benefício para a saúde

  • Kitia Perciano É oncologista clínica
Publicado em 21/11/2024 às 14h53

O câncer de próstata é o mais comum entre os homens, e sua incidência está crescendo. Estima-se que 15,3% dos homens enfrentarão a doença ao longo da vida, o que equivale a 1 em cada 7 homens. A campanha Novembro Azul alerta para a importância do diagnóstico precoce, mas é necessário refletir sobre como prevenir o surgimento desse câncer.

A origem do câncer de próstata é multifatorial, com destaque para a obesidade e o sedentarismo. Outros fatores como alimentação industrializada, tabagismo, estresse e poluição, características da vida urbana, contribuem para o aumento dos casos. A alimentação equilibrada e o exercício são pilares para reduzir o risco de câncer de próstata e outras doenças crônicas.

Pequenas mudanças graduais nos hábitos alimentares e no estilo de vida promovem maior saúde e longevidade. Para reduzir esses riscos, recomenda-se a preferência por carnes magras e a redução no consumo de alimentos processados. Trocar sucos industrializados por frutas frescas, evitar refrigerantes e diminuir as porções gradualmente também são mudanças recomendadas, pois pequenas alterações no hábito alimentar são mais sustentáveis a longo prazo.

A prática regular de atividades físicas adaptadas à realidade de cada pessoa é outro fator protetor. Da mesma forma, é importante incluir alimentos ricos em cálcio e magnésio, como leite e sementes, além de tomar sol moderadamente para garantir a saúde óssea e geral.

Estudos recentes desafiam a visão de que o consumo moderado de álcool traz benefícios para a saúde. Pesquisas publicadas entre 2022 e 2023, corrigindo falhas em estudos anteriores, mostram que mesmo o consumo leve de álcool não reduz o risco de mortalidade, sendo que o impacto é especialmente negativo para jovens de 15 a 39 anos. Nessa faixa etária, o álcool está associado a riscos aumentados de acidentes e comportamentos violentos.

Já para adultos entre 40 e 64 anos, o álcool eleva as chances de doenças cardíacas, hemorragias e acidentes. Os riscos à saúde variam conforme a quantidade consumida. Em adultos acima de 65 anos, o consumo seguro é limitado a cerca de quatro taças de vinho (150 ml) ou quatro latas de cerveja por semana.

novembro azul. câncer de próstata
novembro azul. câncer de próstata. Crédito: Shutterstock

Consumo excessivo eleva o risco de mais de 22 doenças, incluindo vários tipos de câncer, como de boca, fígado e próstata. A nova mensagem é a seguinte: o consumo de álcool deve ser feito com extrema cautela e nunca com a expectativa de benefício para a saúde. Se for consumir por prazer, respeite o limite seguro por idade e sexo, sua condição pessoal, pois há pessoas mais sensíveis ao efeito do álcool, seu estado de saúde, sendo contraindicado para grávidas e lactantes.

Propagandas de bebidas alcoólicas deveriam ser revisadas, seguindo o modelo do tabaco, com alertas claros sobre os riscos. Entre os mais jovens, o consumo de álcool deve ser fortemente desencorajado, e é essencial que famílias e profissionais de saúde conscientizem sobre os perigos dessa substância.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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