O analfabetismo e as desigualdades são assíduos, não perdem um dia de aula, estão sempre presentes nas escolas públicas brasileiras. E que se intensificou com a Covid-19 enquanto as escolas estavam fechadas para as crianças de todo o Brasil. As desigualdades e o analfabetismo são constituídos desde a Colônia nas casas grandes e senzalas, com um material didático consolidado na cultura escravagista, ainda hoje contido em códigos, legislações e práticas sociais.
A permanência dessa situação anormal é naturalizada pelo preconceito e pela indiferença incrustados nas mentes da maioria dos líderes públicos, privados e sociais, que seguem insensíveis ao analfabetismo nas escolas e às desigualdades na vida dos mais empobrecidos. O que torna o Brasil uma nação menor, excludente, com uma democracia frágil.
A inscrição das pessoas mais pobres no CadÚnico, que viabiliza o acesso às políticas sociais compensatórias, resulta numa espécie de avaliação das condições de vida dos brasileiros e identifica as vítimas das desigualdades. Meu Deus, o que seria sem o Bolsa Família?! Que apesar de importante, é insuficiente para a solução estrutural das desigualdades, prosseguindo com a perpetuação do ciclo de exclusão.
O regime de colaboração entre Estados e municípios com foco na alfabetização de todas as crianças, aos 7 anos de idade, é a estratégia para assegurar um itinerário formativo e de vida para as gerações de meninas e meninos nas escolas brasileiras. Para tanto, a indispensável condição é a mudança na atitude política e cultural dos líderes políticos, empresariais, sociais, religiosos e culturais do país, em que tornem a ação de alfabetização na idade certa, com o sentido de urgência, uma prioridade real, concreta e efetiva nas suas ações práticas.
As salas de aulas estão se abrindo para receber as crianças. Teremos nas eleições a oportunidade de promover o debate sobre a educação como prioridade para que a população entenda que eleger alguém significa escolher prioridades corretas, ou seja, as famílias também precisam se engajar para garantir escolas que alfabetizam na idade certa e asseguram a aprendizagem adequada nas demais séries. O Brasil já tem 11 Estados neste caminho, da superação deste desafio, o Espírito Santo é um deles.
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