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Maria Clara é promotora de Justiça; Adila é diretora executiva da Transparência Capixaba

As mulheres e a transparência na divulgação de suas conquistas

Ainda hoje, a participação das mulheres em movimentos de Transparência, Integridade e Controle é tímida: dos 78 municípios do Espírito Santo, apenas 30 contam com mulheres à frente de Controladorias Gerais

  • Maria Clara Mendonça e Adila Damiani Maria Clara é promotora de Justiça; Adila é diretora executiva da Transparência Capixaba
Publicado em 08/03/2023 às 00h30

Em 23 de fevereiro de 1917, um grupo de operárias russas protestou em São Petersburgo contra a fome e contra a guerra. O movimento ficou conhecido como “Pão e Paz”. A data de 23 de fevereiro do calendário russo equivale ao nosso Dia Internacional da Mulher.

É bom lançar um olhar de reconhecimento integral a esse acontecimento. Naquele 8 de março, as mulheres conectaram a liberdade com o desejo de um mundo melhor. Portanto, o que elas fizeram foi dar transparência a uma injustiça invisibilizada. Muitas conquistas das mulheres se deram pela transparência das suas dificuldades e estas se tornam obstáculos para suas conquistas nos espaços de poder ocupados pelos homens na atualidade.

Ainda hoje, a participação das mulheres em movimentos de Transparência, Integridade e Controle é tímida: dos 78 municípios do Espírito Santo, apenas 30 contam com mulheres à frente de Controladorias Gerais. Para equilibrar a participação feminina depende da vontade de se fazer aplicar a equidade de gênero, melhorar a educação política e as mulheres quererem ser representadas elegendo mulheres como suas representantes que têm valores e ideais que vêm ao encontro do que pensam.

A desproporção da participação feminina nos espaços anticorrupção é um vácuo de perspectivas, porque atuar no controle é ingrediente de desenvolvimento de competências e de boas práticas no serviço público. Igualmente, no setor privado, a participação de mulheres em Conselhos de Administração tem sido analisada por grandes organizações como uma influência positiva no desempenho de governanças corporativas transparentes.

Apesar de termos cada vez mais mulheres no comando de organizações,  públicas ou privadas, o espaço de poder nos órgãos de controle e transparência ainda é acanhado. O quadro é fruto da herança cultural e social em nosso país e resulta em perda de potencialidades que são próprias da diversidade de aptidões e saberes.

Continuamos desejando um mundo mais justo, o que depende de ser também acessível. As mulheres fizeram e fazem parte dessa história (não apenas elas, mas também elas), com seus movimentos que são feministas, mas não só: mulheres - assim como os homens - protagonizam integridade, justiça e democracia. Transparência também, no desafio diário de verem, entenderem e (se) fazerem verdadeiramente visíveis. Transparência na divulgação de suas conquistas!

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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