Quando se fala em atendimento odontológico, muitos pensam logo nos tradicionais consultórios dos dentistas, local onde se realiza uma gama de procedimentos voltados para a saúde bucal.
A cadeira do dentista é onde acontecem os mais diversos tratamentos, que desde cedo conhecemos quando aprendemos sobre a importância de fazer consultas regulares ao profissional de odontologia, seja para tratar, seja para prevenir doenças bucais.
A prática odontológica, contudo, vai além e se estende com um atendimento diferenciado e de fundamental importância: os leitos de hospital. Ainda pouco conhecida por boa parte da população, a odontologia hospitalar é uma especialidade voltada para os cuidados ligados à saúde oral em ambiente hospitalar, geralmente, uma assistência direcionada a pacientes com quadros de alta complexidade.
Muitos podem questionar: por que é tão importante cuidar da saúde bucal de um internado em unidades de terapia intensiva? Como nossa boca é uma das principais portas de entrada de vírus, bactérias e outros microrganismos prejudiciais ao organismo, é necessário que o paciente de UTI receba os cuidados para reduzir o risco do quadro por infecções.
Essa intervenção, comprovadamente, ajuda a reduzir o índice de mortalidade, pois melhora o quadro sistêmico do paciente e tem um impacto positivo na sua recuperação.
Reforçando a importância dessa prática, um recente estudo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto, revelou que a higiene bucal adequada associada ao tratamento odontológico de enfermos internados em UTI diminuiu em 21,4% o risco de morte.
Segundo o estudo, na UTI clínico-cirúrgica o número de óbitos caiu de 36,28% para 28,52% depois da intervenção. Os resultados foram publicados no American Journal of Infection Control.
A saúde bucal tem ligação direta com a saúde geral de todos, e quando esse cuidado pode fazer diferença entre a vida e a morte num leito de UTI, as evidências de sua eficácia se tornam cada vez mais fortes.
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