O ano de 2024 terminou com sinais aparentemente ambíguos: quando olhamos o passado e o presente, podemos ver bons números. Viemos de uma série boa de crescimento do PIB, com taxas de 4,8% em 2021, 3,0% em 2022 e em 2023, de 2,9%. A previsão, de acordo com o Banco Central, é que em 2024 tenhamos um desempenho de 3,5%, números bastante positivos, considerando o histórico recente do Brasil.
Quando tratamos de empregos, também podemos ver números positivos: a taxa de desocupação, conhecida como taxa de desemprego, fechou novembro do ano passado em 6,1%, o menor número da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) Contínua. Esse número mostra que existem 6,8 milhões de pessoas em busca de emprego no país. Já o montante de pessoas ocupadas atingiu o recordo de 103,9 milhões.
Porém, quando olhamos as expectativas para o futuro, o cenário é pessimista: o principal índice da bolsa brasileira teve um resultado negativo de –10,3%, o dólar teve uma valorização frente ao real de 27,3% em 2024, a previsão da taxa Selic para o final de 2025 é de 15%, sem falar ainda nas previsões de crescimento econômico para este ano, que só caem, contra as previsões de inflação, que só aumentam.
Apesar de parecerem dúbios, esses sinais mostram com clareza a realidade brasileira. Os bons números atuais são frutos de uma série de boas decisões tomadas no passado, que geram resultados positivos no presente. Podemos citar entre elas a reforma trabalhista de 2017, o novo marco do saneamento, as privatizações de empresas estatais, como a Eletrobrás, a ampliação do número de concessões, o fortalecimento do mercado de capitais, a autonomia do Banco Central, entre outros.
Da mesma forma que os atos do passado causaram o momento presente, os atos do presente também definirão o nosso país de amanhã e de depois de amanhã, por isso o pessimismo dos investidores e da classe empresarial com o futuro do Brasil.
Apesar de todas as evidências históricas e científicas, o atual ocupante do executivo federal insiste em adotar medidas econômicas ultrapassadas, que não deram certo em nenhum lugar do mundo, principalmente no que diz respeito à expansão dos gastos públicos, gerando assim o aumento da inflação e da dívida pública.
A classe produtiva brasileira já sabe que essa receita de aumento dos gastos públicos e um acréscimo da intervenção estatal na economia não é o caminho certo a ser seguido, temos isso gravado na memória recente do país. O presidente Lula precisa ouvir o que o mercado está dizendo e fazer as mudanças necessárias nas políticas econômicas para podermos ter um país mais próspero. Já sabemos que podemos, e já sabemos o caminho, agora é esperar as medidas corretas.
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