Todos nós acompanhamos com muita tristeza os resultados das fortes chuvas que caíram no sul do Espírito Santo na noite e (madrugada) do dia 22 de março. Em algumas cidades o volume de água ultrapassou os 300mm em pouco mais de 4 horas de chuva, deixando cidades como Mimoso do Sul e Apiacá completamente destruídas.
Mais de 7000 pessoas ficaram desalojadas (residindo temporariamente em casas de parentes ou amigos), mais de 400 estão desabrigadas (dependendo de abrigos públicos). Além disso, 20 pessoas morreram. Foi uma tragédia.
Antes de outras considerações é importante reafirmar que o volume de chuvas era imprevisível. Todos os equipamentos e meteorologistas apontavam para chuvas acumuladas de cerca de 100mm de água o que, se confirmado, teria causado poucos impactos às cidades do sul do nosso Estado. O volume efetivamente verificado, no entanto, foi muito além disso. Poucas cidades no Brasil (e até em outras partes do mundo) teriam passadas ilesas diante de mais de 300mm de chuvas em pouco mais de 4 horas.
Superada a questão da imprevisibilidade é preciso destacar o papel da Defesa Civil do Espírito Santo. Inserido na estrutura do Corpo de Bombeiros Militar (o qual é subordinado à Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social), o órgão de Proteção e Defesa Civil Estadual é responsável pelas ações preventivas, de socorro, assistenciais e reconstrutivas destinadas a evitar ou minimizar os desastres e restabelecer a normalidade social. Todas essas funções foram e estão sendo desempenhadas com maestria pelos homens e mulheres que compõem a Defesa Civil capixaba.
Ainda na noite do dia 22, se estendendo ao longo das semanas seguintes, nossos bombeiros militares se engajaram no árduo trabalho de acessar e salvar as pessoas que estavam isoladas em razão das enchentes. Com helicópteros, barcos e até motoaquáticas inúmeras pessoas foram salvas graças à ação desses heróis.
Eu, pessoalmente, tive a oportunidade de acompanhar o trabalho abnegado realizado pelos integrantes do Corpo de Bombeiros no Centro de Inteligência da Defesa Civil ao longo do sábado e domingo pós-chuvas. Tão logo foi verificada a dimensão dos estragos provocados pelas enchentes, um grupo de gerenciamento de crises com funções criteriosamente delimitadas foi criado, passando a coordenar a ação dos profissionais que atuavam em campo.
Após o período crítico, quando não havia mais vidas em risco, nossos bombeiros continuaram atuando incansavelmente no reestabelecimento das cidades e assistência às vítimas das enchentes. Obviamente, outros profissionais também atuaram de forma decisiva nessa crise que entra para a história do Espírito Santo como um dos maiores desastres climáticos já vistos.
Policiais militares, policiais científicos, policiais civis, equipes do Notaer e outros profissionais foram fundamentais para garantir a paz social nas cidades atingidas, realizar o reconhecimento dos corpos, organizar a logística de coleta e entrega de donativos, coordenar e auxiliar na limpeza das cidades, etc. Se há, aliás, um ponto positivo nesse cenário todo, eu diria que é, justamente, a bela atuação desses profissionais.
Recentemente mencionei que nossa sociedade precisa reconhecer o trabalho de profissionais verdadeiramente importantes, como policiais, professores e médicos. Obviamente, tratou-se de uma menção meramente exemplificativa, uma vez que temos muitos outros profissionais que são fundamentais para a proteção de nossa sociedade. Dentre esses, jamais pode faltar o bombeiro militar. A esse abnegado profissional todo meu reconhecimento e gratidão.
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