O grande desafio do desenvolvimento sustentável é mostrar que é possível, sim, aliar o crescimento econômico com o incremento de iniciativas sociais e ambientais. Muitas pessoas ainda percebem essas áreas como divergentes, como se as empresas tivessem que fazer escolhas entre decisões que levam ao lucro ou àquelas que promovem a justiça social e a preservação ambiental.
Um exemplo são as barragens, estruturas que permitem o armazenamento de água, a produção de energia elétrica, o controle de enchentes e o abastecimento da comunidade, a partir do seu acúmulo em reservatórios, destinados ao consumo humano e industrial.
Obras de infraestruturas presentes há milênios no cotidiano da vida humana, as barragens têm importância no crescimento como sociedade e evolução tecnológica e industrial, pela possibilidade do armazenamento, controle e manejo da água. De tão relevante que são, por exemplo, vão ser alvo de investimentos na ordem de R$ 60 milhões pelo governo do Espírito Santo, dentro de um programa de financiamento de construção de pequenas barragens em propriedades rurais, para fortalecer a agricultura familiar e garantir a segurança hídrica.

O Brasil possui milhares de barragens mas, apesar do seu grande número, a cultura de segurança ainda não é difundida o suficiente para garantir a proteção de todos os empreendimentos.
Inspeções são exigidas para que sintomas de instabilidade sejam percebidos e mitigados, além da necessidade da promoção de medidas de prevenção, para evitar danos ambientais, econômicos e sociais advindos da destruição de estruturas públicas e privadas, perda de patrimônio imaterial, perda da capacidade produtiva do pequeno agricultor, contaminação de rios, entre outros efeitos de rupturas.
Ciente da importância do mecanismo e da relevância das medidas preventivas e inspeções periódicas, motivada também pelo desafio enfrentado em dezembro de 2022, quando uma barragem localizada a montante da rodovia, no km 71+500, rompeu devido às intensas chuvas registradas naquele período, gerando transtornos significativos à operação da rodovia e à sociedade em geral, a Eco101 contratou um estudo técnico-científico sobre as barragens localizadas próximas à BR 101/ES com potencial risco à rodovia, realizado pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), por meio da Fundação Espírito-santense (Fest), sob a coordenação do professor Dr. Diogo Costa Buarque, pesquisador em Recursos Hídricos e referência em Modelagem Hidrológica e Transporte de Sedimentos em Grandes Bacias Hidrográficas.
O resultado do trabalho foi o estudo “Análise e priorização de barragens localizadas próximo à rodovia BR 101/ES, no trecho sob concessão da Eco101 no Espírito Santo”, realizado com rigor científico, que resultou na priorização de 33 das 61 barragens mapeadas em 2023, a partir de critérios técnicos estabelecidos.
Os resultados desse estudo vão subsidiar a etapa a seguir, que inclui a aplicação de modelos matemáticos computacionais para simular cenários hipotéticos de ruptura. Tais simulações permitirão avaliar, com maior precisão, os possíveis impactos sobre a infraestrutura rodoviária e áreas adjacentes, considerando fatores como a extensão das áreas afetadas, os danos à segurança viária e o tempo necessário para ações de resposta e recuperação.
Os resultados obtidos por meio desses estudos serão fundamentais para o planejamento de medidas preventivas e de mitigação de riscos, como a elaboração de planos de contingência, a definição de protocolos de monitoramento e a implementação de ações corretivas que reduzem a vulnerabilidade da rodovia e das comunidades próximas.
Com isso, a Eco101 espera contribuir para que cada vez mais o Espírito Santo conte com mecanismos de desenvolvimento que reconheçam a possibilidade de abranger os aspectos socioambientais em suas iniciativas, elevando não somente as métricas econômico-financeiras do Estado.
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