Helvécio de Jesus Júnior*
Pela primeira vez em muitos anos a diplomacia brasileira chegou ao encontro do G20, as 20 maiores potências econômicas do mundo, de forma realmente soberana e buscando mostrar ao mundo que a orientação do novo governo Bolsonaro não aceitaria mais se submeter a acordos pré-estabelecidos que possam prejudicar os interesses nacionais brasileiros.
Essa postura pró-ativa, sem dúvida, é uma reação a uma ideologia globalista que privilegia normas supranacionais administradas por instituições e burocratas não eleitos que desejam impor uma agenda internacional de cima para baixo em vários temas de política internacional como o comércio, meio ambiente e direitos humanos.
No caso específico da participação brasileira no G20, destaca-se o acordo entre Mercosul e União Europeia que vinha sendo negociado há cerca de 20 anos e que se encontrava travado, basicamente por ímpetos protecionistas de ambos os lados. O acordo foi uma grade vitória política do governo Bolsonaro, pois prevê a redução gradual das tarifas externas entre os dois blocos. É verdade inquestionável que quanto mais livre mercado, mais desenvolvimento econômico!
Mercosul e União Europeia reúnem mais de 750 milhões de consumidores sendo, portanto, o maior acordo comercial já celebrado. Certamente, o acordo demorará cerca de dois anos para começar a ter seus efeitos uma vez que dependerá da sua internalização por parte do parlamento nacional.
O acesso ao mercado europeu para os produtos brasileiros pode gerar um incremento de exportações brasileiras de cerca de R$ 100 bilhões até 2035, segundo as informações do secretário de Comércio Exterior do Ministério da Economia Marcos Troyo. Com esse acordo, o Brasil pode avançar muito, pois na atualidade representa somente 1% do comércio mundial. Ou seja, o potencial brasileiro de exportações pode aumentar muito esse percentual.
O acordo é uma vitória da diplomacia brasileira e preserva os interesses nacionais sem a perversão da ideologia globalista que buscava colocar condições de aquiescência ao Brasil, que foram retiradas do acordo ao final.
Ao fechar esse acordo, o Brasil se aprofunda na globalização econômica, no livre mercado, na abertura aos investimentos internacionais e não na submissão às normas supranacionais pré-ditadas. O Brasil deixa de ser um mero subscritor para ser um negociador internacional com interesses nacionais bem definidos.
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*O autor é doutor em História e professor de Relações Internacionais da UVV
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