Estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca) apontam que, a cada ano, cerca de 30 mil brasileiras recebem diagnóstico de algum tumor ginecológico. Neste mês, acontece a campanha Setembro em Flor, voltada para a conscientização e prevenção de tumores ginecológicos, aqueles que afetam o trato genital feminino. São eles: de ovário, colo de útero, endométrio, vagina e vulva
No universo feminino, a prevenção dos cânceres ginecológicos deve ser prioridade. São doenças graves que precisam se tornar mais conhecidas para que sejam evitadas com mais assertividade no dia a dia, nas escolhas e nas renúncias.
O câncer de colo de útero é o tumor mais comum entre as mulheres. Apesar da complexidade, exames simples e eficazes são capazes de detectá-lo em sua fase inicial ou antes mesmo das lesões se tornarem malignas. Um deles é o papanicolau, popularmente conhecido como preventivo, que deve ser realizado, no mínimo, uma vez por ano.
Infelizmente, muitos casos dessa doença são diagnosticados na fase avançada, o que diminui as chances de cura. Um cenário que nos leva a concluir que boa parte da população feminina ainda não se deu conta da importância dos exames de rastreio e acaba não priorizando esses procedimentos.
Outro agravante é o fato de muitas mulheres não darem a devida atenção aos sinais do corpo. Sintomas de um câncer ginecológico não raramente são confundidos com problemas de saúde menos graves, por isso muitas não procuram ajuda médica para que seja feita uma investigação detalhada dessas manifestações aparentemente inofensivas, como sangramento irregular, dores e inchaços abdominais e dores durante a relação sexual.
Algumas neoplasias também podem ser silenciosas, por isso é tão importante estar com o check-up em dia, pois há condições de saúde que só um exame especializado é capaz de identificar.
A informação e o autocuidado são sem dúvidas ferramentas valiosas que ajudam a promover a prevenção de doenças. Contudo, é preciso ressaltar uma outra realidade: o difícil acesso a consultas, exames e tratamentos no sistema público de saúde.
Sem condições de arcar com as despesas de um tratamento particular, milhares de pacientes diagnosticadas com algum tipo de câncer sofrem em filas de espera sem nem ao menos saberem se poderão combater a doença em tempo hábil.
Portanto, conscientização precisa caminhar lado a lado com uma assistência digna e ágil que dê os recursos necessários para que o combate a enfermidades não seja restrito apenas a quem tem uma condição financeira favorável.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, é possível reduzir, em média, entre 60% e 90% os índices de câncer do colo do útero quando a cobertura de rastreamento da população feminina é de pelo menos 80%, proporcionando assim, diagnóstico e tratamento adequados nos casos confirmados.
Esses dados vão ao encontro da importância de se promover a oferta de exames de rastreio para que mulheres de todas as camadas sociais sejam contempladas por um procedimento que pode salvar vidas, visto que é capaz de diagnosticar o tumor de colo uterino em estágio inicial e até mesmo lesões pré-cancerígenas.
Que o Setembro em Flor contribua para florescer consciências, tanto para o autocuidado quanto para a responsabilidade política que priorize a saúde das nossas mulheres, inclusive as de baixa renda.
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