Se o acabamento do seu hotel, em algum lugar do mundo, for de pedras ornamentais brasileiras, não se admire. O Brasil é o 4º maior produtor de rochas ornamentais e o 5º que mais exporta esse produto. Nesse assunto, inclusive, o Espírito Santo é hegemônico, respondendo por mais de 80% no valor total das exportações do país e com um faturamento histórico, em 2021, de US$ 1,14 bilhão.
Tudo é imponente no Espírito Santo quando se trata de rochas ornamentais, especialmente no município de Cachoeiro de Itapemirim, onde ocorre a Cachoeiro Stone Fair, conhecida como a maior feira do setor da América Latina. O evento sedia o maior encontro de marmoristas do Brasil, no maior pavilhão coberto do estado, construído com recursos de R$ 8 milhões em emendas do nosso mandato, e com expectativa de negócios superiores a 200 milhões de dólares.
Devido à relação antiga do município com a mineração, apresentamos na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 4033/23, que confere o título de Capital Nacional do Mármore a Cachoeiro de Itapemirim. Popularmente, o município já é conhecido dessa forma. Não apenas pelo destaque que o mármore confere à cidade no aspecto econômico, mas cultural, arquitetônico e até turístico, uma vez que as feiras do setor mineral movimentam a cidade com pessoas de diversas partes do Brasil e do mundo.
Outro ponto é que, em 2012, o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) registrou a Indicação Geográfica do Mármore de Cachoeiro de Itapemirim, na categoria Indicação de Procedência para extração, beneficiamento e comercialização do produto. Na prática, o registro atesta que o mármore produzido em nossa região é distinto em termos de qualidade, características e métodos de produção, aumentando a reputação e o valor do produto no mercado nacional e internacional.
Como coordenador da Frente Parlamentar da Mineração Sustentável, ressalto a necessidade de um aproveitamento mineral cada vez mais sustentável e ambientalmente responsável. Atualmente, o Brasil possui o maior parque de teares multifios diamantados do mundo para o processamento de rochas. Essa tecnologia, além de garantir qualidade superior ao nosso produto, traz eficiência energética para o processo, minimiza resíduos e impacto ambiental e garante mais segurança aos trabalhadores.
A inovação também se comunica com outros setores essenciais da indústria, como o agronegócio. O resíduo do processamento das rochas, o pó de rocha, também conhecido como remineralizador de solo, pode ser utilizado como fertilizante na produção de alimentos, ajudando a reduzir a dependência brasileira dos fertilizantes internacionais.
Em todo esse processo, é importante salientar o trabalho do Sindirochas, que, com seus recém-completados 50 anos de existência, desempenha um papel fundamental no desenvolvimento das rochas ornamentais no Espírito Santo, organizando as Cachoeiro Stone Fair e a Vitória Stone Fair. Vale destacar também o Centrorochas, que, desde 2004, concentra seus esforços na promoção dos negócios internacionais, impulsionando as exportações e simplificando o setor de mármore e granito.
Por fim, sustento que é justo conceder legalmente a Cachoeiro de Itapemirim o título de Capital Nacional do Mármore, não apenas por tornar nossas pedras conhecidas no mundo, mas por contribuir na construção de um futuro de prosperidade sustentável para o Espírito Santo e para o Brasil como um todo.
Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.