O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que o número total de casos de câncer no Brasil vai aumentar 12% em 2023. Serão 704 mil novos diagnósticos oncológicos, segundo levantamento. Já na Europa, pesquisadores alertam para o risco de uma epidemia da doença na próxima década. Assim, é necessário reforçar a importância das prevenções primárias e secundárias para se reduzir a incidência do câncer.
Parece complicado, não é? Mas na verdade são medidas simples, pouco onerosas e que só nos fazem bem. No entanto, a maioria da população ainda ignora esses cuidados, infelizmente.
Para exemplificar, podemos dizer que as prevenções primárias são ter uma alimentação balanceada, rica em verduras e frutas e pobre em gorduras saturadas e em defumados e embutidos; praticar exercícios físicos, sendo recomendado 300 minutos por semana de atividade moderada, como caminhada ou tênis em dupla, ou 150 minutos de atividade rigorosa, como a corrida e o tênis individual; não fumar e evitar álcool em excesso, respeitando o limite de dois a três drinques por semana para mulheres, e de quatro a sete drinques para os homens (cada drinque é equivalente a uma lata de cerveja).
Já as prevenções secundária são a realização de exames de rotina estabelecidos pela sociedade médica para o rastreamento e a prevenção de cânceres, sendo para as mulheres a mamografia a partir dos 40 anos e a colonoscopia a partir dos 50 anos, além de preventivo ao iniciar a atividade sexual; e para os homens o PSA e a colonoscopia a partir dos 50 anos. Em meninas e meninos dos 9 aos 14 anos, vacinas do HPV.
É importante ressaltar que as novas tecnologias, como tomografias, ressonâncias e cirurgias robóticas estão aí e que elas auxiliam muito na prevenção da doença, detectando-a em estágios iniciais, tornando o tratamento mais fácil e eficaz, aumentando as chances de cura.
Mas por que essa previsão de explosão de novos casos de câncer? Tanto no Brasil quanto na Europa, com a pandemia da Covid-19 muitos exames foram adiados, houve um atraso importante no diagnóstico, causando uma demanda reprimida e casos com diagnósticos avançados. Aliado a isso, está o envelhecimento da população, que aumenta a probabilidade de desenvolvimento da doença.
Assim, para os próximos três anos, o Inca estima que os seis tipos mais comuns de tumores malignos entre os brasileiros, em ordem decrescente, serão câncer de pele não melanoma, representando 31,3% do total de casos; câncer de mama feminina (10,5%); câncer de próstata (10,2%); câncer de cólon e reto (6,5%); câncer de pulmão (4,6%); e câncer de estômago (3,1%).
Diante de tudo isso, cabe a nós, médicos, reforçarmos a importância das prevenções primárias e secundárias. Já à população, perceber que são medidas simples, mas muito eficazes para ser ter uma vida mais saudável e duradora. E, se mesmo assim o corpo der sinais de que algo não está bem, procurar ajuda médica o quanto antes.
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