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É vereador e presidente da Comissão de Mobilidade Urbana da Câmara de Vitória

Ciclovia da Av. Rio Branco: quando a democracia resolve o jogo

Ciclistas defenderam a mobilidade urbana. O comércio preocupou-se com as vagas de estacionamento; enquanto moradores, com trânsito e paisagismo. Todos buscando um denominador comum

  • Armandinho Fontoura É vereador e presidente da Comissão de Mobilidade Urbana da Câmara de Vitória
Publicado em 03/08/2021 às 02h00
Avenidas completamente vazias neste Natal
Avenida Rio Branco, na Praia do Canto, em Vitória: ciclovia em breve. Crédito: Fernando Madeira

O assunto é municipal, mas o pensador que norteia este artigo ganhou o mundo: Johann Wolfgang von Goethe já diria que a democracia não corre, mas chega segura ao objetivo. Assim aconteceu com a discussão que envolve a ciclovia da Avenida Rio Branco, na Praia do Canto, em Vitória.

O enredo, complexo, a maioria esmagadora já conhece: começa com uma discussão que envolve a posição de vagas de estacionamento, a localização da passagem de bicicletas e as árvores que ocupam a via. Diferentes projetos colocaram em compasso duas gestões municipais e atores da sociedade civil organizada — com toda sorte de federações, associações e movimentos.

Ciclistas defenderam o modal-símbolo da mobilidade urbana da ilha. O comércio preocupou-se com as vagas de estacionamento; enquanto moradores, com árvores, fluxo de trânsito e paisagismo. Todos, cada um em sua seara, buscando um denominador comum que, com o passar dos anos, foi difícil de ser encontrado.

Aqui voltamos a Goethe: sem correr, a democracia chegou segura ao objetivo. Com a audiência pública convocada pela Comissão de Mobilidade Urbana da Câmara de Vitória, a maioria escolheu o modelo que veremos ganhar vida: ciclovia no canteiro central, com estacionamento à direita, sem perda de vagas, com possível substituição de quatro árvores.

O que faltava era um encontro calçado no bom ambiente jurídico, com ampla divulgação da imprensa livre, com atores do Executivo municipal e participação de uma centena de munícipes. A falta desse nível de discussão — agora feita à exaustão — foi motivo de paralisação da obra, há anos, com ação civil pública que justamente alegava que a ausência de uma audiência impossibilitava a licitação da intervenção.

O Legislativo de Vitória segue caminhando de mãos dadas com o Executivo, pensando na democracia como o vetor que vai fazer andar a passos largos as grandes discussões da Capital. A comissão de Mobilidade Urbana da Câmara de Vitória segue essa premissa. E acredita que arroubos não vencem o diálogo amplo e organizado pela Casa de Leis. Assim, vamos longe. Ou até onde os modernos modais nos levarem.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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