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É cardiologista do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE)

Como chegar à velhice com boa saúde cardiovascular?

A partir dos 40 anos, todas as estruturas do coração — arteriais, musculares e fibras colágenas — se modificam em função do envelhecimento. Para se preparar para esse momento é preciso evitar os fatores de riscos

  • Rui Póvoa É cardiologista do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE)
Publicado em 29/09/2024 às 14h00

Um coração saudável é aquele que ao longo da vida mantém suas características normais da função cardíaca, enviando o sangue de forma efetiva a todos os órgãos do organismo. O envelhecimento normal, evidentemente, promove algum tipo de alteração, tanto funcional quanto estrutural do coração. Em situações controladas, essas mudanças são proporcionais à idade. Afinal, como chegar à velhice com boa saúde cardiovascular?

Os cuidados com o coração devem começar desde jovem, para ter uma boa saúde cardiovascular no futuro. Não fumar, evitar o alcoolismo e a alimentação gordurosa, procurando sempre uma dieta balanceada, é uma parte dos cuidados. Vale lembrar que a alimentação salutar evita, principalmente, o infarto e o acidente vascular cerebral (AVC).

Ser saudável à mesa é controlar o sal e gordura saturada e ter alimentos ricos em fibras. Existem evidências científicas que algumas dietas como a do mediterrâneo e a dieta DASH (Abordagem dietética para interromper a hipertensão) reduzem esses acidentes cardiovasculares.

A partir dos 40 anos, todas as estruturas do coração — arteriais, musculares e fibras colágenas — se modificam em função do envelhecimento. Para se preparar para esse momento é preciso evitar os fatores de riscos que aceleram a deterioração da infra-estrutura cardíaca. Os principais hábitos que auxiliam no aceleramento dos problemas coronários podem ser óbvios e bastante discutidos dentro da sociedade.

No entanto, são informações fundamentais para que cada vez mais haja consciência da população de que deve-se evitar o tabagismo, o sedentarismo, a obesidade, os níveis altos de diabetes mellitus, hipertensão arterial e colesterol ruim (LDL).

O exercício físico é parte fundamental no cuidado com o coração. As atividades como caminhadas, corridas, danças, lutas, ginásticas, terrestre ou aquática, regulam partes importantes do nosso corpo. Nos movimentar de forma adequada ao longo da semana auxilia o controle do estresse, condição altamente frequente no dia a dia dos brasileiros, o que eleva a pressão arterial.

O quadro de estresse pode ser causado por distúrbios psicológicos, como ansiedade e depressão, doenças essas que provocam o indivíduo a ingerir mais calorias, e quando há descontrole alimentar, leva a casos de obesidade. O estresse ainda provoca insônia ou dificuldades em relaxar. Sem um sono revigorante, e muitas vezes atrapalhado por apneia obstrutiva do sono, a população em geral está submetida a aumento da mortalidade cardiovascular.

Somado a isso, é importante ressaltar que os fármacos utilizados para tratamentos de transtornos mentais, que por si só podem causar problemas no coração, pelos efeitos adversos, podem provocar complicações e adversidades do órgão vital do nosso corpo.

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Infarto. Crédito: Freepik

Além da atenção cardíaca ser importante desde de sempre, as pessoas que apresentam histórico familiar de doenças cardíacas devem redobrar os cuidados. É importante fazer um checklist de tudo para ter uma boa saúde cardiológica ao longo da vida, somado a uma avaliação médica anual.

O principal exame é a consulta médica com avaliação clínica completa e a medição correta da pressão arterial. Evidentemente que, dependendo da idade ou de alguma condição clínica objetiva, a análise da taxa de glicemia e do colesterol no sangue são importantes em termos preventivos de triagem.

A influência genética existe, mas o mais expressivo é o meio ambiente e os hábitos de vida inadequados que causam doenças e o envelhecimento cardíaco acelerado. Vamos usar o Dia Mundial do Coração, celebrado neste dia 29 de setembro, como um lembrete para a cautela durante a vida.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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