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A autora é promotora de Justiça e coordenadora do FESCIAT. O autor é secretário da SECTI

Como o ES avança no controle do uso irregular de agrotóxicos

No Dia de Combate da Poluição por Agrotóxicos, a aliança Fesciat/Secti tem importância estratégica, destacando-se como uma combinação de ciência, inovação, educação e políticas públicas para garantir que a agricultura continue a prosperar

  • Isabela de Deus Cordeiro e Bruno Lamas Silva A autora é promotora de Justiça e coordenadora do FESCIAT. O autor é secretário da SECTI
Publicado em 11/01/2025 às 07h00

Os impactos ambientais, em especial as consequências das variações climáticas do planeta, expõem a sociedade capixaba a desafios globais, cujo enfrentamento passa pelo controle de técnicas e emprego das melhores tecnologias ambientais e socialmente justas.

Uma sociedade que preconiza o desenvolvimento científico e tecnológico reconhece a importância das contribuições da academia na construção de alternativas que, por vezes, exigem rupturas paradigmáticas tradicionais, ora incapazes de responder eficientemente aos problemas coletivos.

No contexto de crise climática, o controle, a inovação e a adoção de tecnologias que garantem práticas agrícolas sustentáveis constituem estratégias essenciais para mitigar as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), como dióxido de carbono, metano e óxidos de nitrogênio, associadas ao uso de agrotóxicos.

A pesquisa científica é importante aliada e reforça compromissos internacionais fundamentais dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas, voltados a: o enfrentamento da fome, por meio de técnicas agrícolas eficientes, para a produção de alimentos de qualidade e quantidade suficiente; a promoção da saúde; o alcance de educação profissional de qualidade, especialmente no campo; a redução das desigualdades sociais, via políticas de inclusão; e a redução do número de mortes e doenças por produtos químicos perigosos, contaminação e poluição do ar, da água e do solo.

A aliança entre o Fórum Espírito-Santense de Combate aos Impactos de Agrotóxicos e Transgênicos (Fesciat), espaço democrático e popular, que reúne instituições governamentais e não governamentais, públicas e privadas, com o propósito de garantir a efetividade de políticas públicas direcionadas à sustentabilidade ambiental e alimentar, e a Secretaria da Ciência, Tecnologia, Inovação e Educação Profissional (Secti), espaço político estratégico de promoção da ciência, tecnologia e inovação, potencializa o desenvolvimento de pesquisas em torno do controle do uso irregular de agrotóxicos.

A disponibilização, pela Secti, do equipamento do Centro de Pesquisa, Inovação e Desenvolvimento (CPID), ambiente de desenvolvimento de projetos, pesquisas e parcerias estratégicas na área, que reúne pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo e do Instituto Federal do Espírito Santo, soma-se à ação fiscalizatória dos órgãos ambientais estaduais, responsáveis pelo controle e emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a qualidade de vida e o meio ambiente, no solo capixaba.

Em sua estrutura, destaca-se o potencial analítico do Laboratório de Caracterização Física, Química e Microbiológica (Lacar) para análises laboratoriais dos principais agrotóxicos aplicados, viabilizando: autonomia do Estado, concepção de políticas públicas mais eficazes, promoção de práticas agrícolas mais seguras; transparência e informação à população (mais exigente de qualidade e segurança de alimentos); e competitividade em mercados internacionais, cuja demanda é crescente por produtos livres de agrotóxicos.

Avião despeja agrotóxico em bananal de Miracatu (SP), região do Vale do Ribeira
Avião despeja agrotóxico em bananal . Crédito: Lalo de Almeida/Folhapress

O laboratório conta com equipamentos de ponta para a detecção de agrotóxicos, por meio de técnicas avançadas de cromatografia líquida e gasosa, analisadores elementares e outros recursos metodológicos, e, desse modo, fornece dados essenciais para as autoridades sanitárias e órgãos de fiscalização no Estado. Dedica-se, também, à pesquisa de alternativas, oferecendo suporte a programas de capacitação e conscientização dos produtores rurais sobre os riscos associados ao uso irregular de agrotóxicos e as alternativas disponíveis para melhorar a produtividade e a qualidade dos alimentos produzidos.

No dia 11 de janeiro, Dia de Combate da Poluição por Agrotóxicos, a aliança Fesciat/Secti tem importância estratégica, destacando-se como uma combinação de ciência, inovação, educação e políticas públicas eficientes e essenciais para garantir que a agricultura continue a prosperar, de forma mais equilibrada e sustentável, beneficiando a economia e a qualidade ambiental e de vida da população capixaba.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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