A pandemia causada pelo novo coronavírus foi declarada pela OMS em 11 de março de 2020. Desde então, uma série de readequações que infringiram diretamente no comportamento social foi adotada pelas pessoas. Uma dessas adequações deteve maior impacto: o distanciamento social, que fez com que muitas pessoas tivessem de lidar com mais um inimigo oculto chamado solidão.
Neste ponto, o distanciamento social apontou uma característica crescente na população, o ato de cuidar da casa, como reformas, jardinagem e cozinha, bem como, criação de animais de estimação. O ato de cuidar de um ser vivo traz benefícios que amenizam e perpassam terapeuticamente uma série de transtornos psiquiátricos, como a síndrome do pânico e crises de ansiedade (muito comuns nesses tempos).
Entre as espécies animais comumente elencadas à adoção ou à compra, especialmente cães e gatos detiveram maior destaque, seguidos das aves e peixes. Na contramão, algumas pesquisas apontaram também incidência crescente no abandono de animais de estimação, seja pela propagação de informações falsas sobre a transmissão viral, seja pelas dificuldades financeiras.
Em contrapartida, a presença de animais de companhia é de grande relevância social. Por exemplo, mesmo que os núcleos sociais estivessem fragmentados pelo distanciamento social, o ato de cuidar de algo ou vivenciar bons momentos foram, mais do que nunca, suplementados pelo afeto com os animais. Idosos e pacientes com comorbidades, tendo em vista os grupos de riscos com maiores chances de contraírem o novo coronavírus, tiveram grande impacto positivo com o convívio de animais de estimação.
Demonstrar afeto e não coexistir com a solidão provinda com o distanciamento social (por exemplo, “se sentir útil, importante para algo/alguém, ter alguém que dependa de você”) foi crucial para aqueles indivíduos mais propícios a desenvolver distúrbios psiquiátricos e/ou psicológicos. Os serviços de saúde animal tiveram incremento durante esse período, que transcorrem até os dias atuais.
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Os seres humanos, mesmo sendo animais considerados evoluídos intelectualmente, necessitam de conviver com animais para refinar a sensibilidade de situações. Difíceis em meio a uma incerteza, mas que, sob um prisma onde apenas o estar próximo é o que importa, aquecem e dão robustez àquele sentimento obscurecido pelo turbilhão de informações diárias, chamado esperança.
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