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É secretário de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Espírito Santo

Concessão de parques semeia o novo futuro do turismo sustentável no ES

Seis parques integram o programa e passam por modelagem para concessão: Cachoeira da Fumaça, Forno Grande, Mata das Flores, Pedra Azul, Itaúnas e Paulo César Vinha

  • Felipe Rigoni É secretário de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Espírito Santo
Publicado em 26/07/2024 às 11h30

Na natureza, sementes maduras costumam germinar rumo a um futuro frondoso. Com o Programa Estadual de Desenvolvimento Sustentável das Unidades de Conservação do Estado do Espírito Santo (Peduc), que prevê as primeiras concessões de parques no Espírito Santo, elevamos o Estado a um patamar que pode gerar vastos frutos para o turismo sustentável capixaba.

Seis parques integram o programa e passam por modelagem para concessão: Cachoeira da Fumaça, Forno Grande, Mata das Flores, Pedra Azul, Itaúnas e Paulo César Vinha. Juntos, representam território de 78,15 Km² entre paisagens tão belas quanto diversificadas.

São locais propícios para o fomento à visitação, com a construção de restaurantes e hospedagens do tipo glampings, bangalôs e hotéis, além do desenvolvimento do ecoturismo e do turismo de aventura, com estruturas, como teleféricos, tirolesas, balões e revitalização de trilhas. Um cardápio para todos os gostos.

Instituído pelo Decreto nº 5409-R, de junho de 2023, o Peduc é uma ação estratégica quando sabemos que o Estado, com todas as suas belezas naturais, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), recebe apenas 3% dos visitantes brasileiros a lazer, os quais gastam, em média, R$ 1.357. O valor representa 64,5% da média nacional, que é de R$ 2.102.

A título de comparação, a Bahia recebe 8% dos viajantes e detém 11% dos gastos em viagens a lazer; o Rio de Janeiro, 12% dos turistas e 13% dos gastos; e, Pernambuco, 3% dos turistas e 5% dos gastos. Como é possível notar, é latente a necessidade de reduzirmos essa lacuna de participação.

A transformação das Unidades de Conservação em ativos valiosos, dentro de um modelo já consagrado e com segurança jurídica, amplia a atratividade para investimentos, inclusive aqueles com rubrica específica em ESG (Environmental, Social and Governance, na sigla em inglês). No mundo, esse balaio deve passar de US$ 50 trilhões, em 2025, segundo a Bloomberg Intelligence.

Voo de balão em Pedra Azul
Voo de balão em Pedra Azul. Crédito: Instagram/@voe.pedraazul

O potencial brasileiro não poderia ser diferente. Somos a 11ª indústria do turismo em tamanho no mundo, segundo o Ministério do Turismo, além da primeira colocada em atrações naturais. De acordo com o Cadastro Nacional de Unidades de Conservação (CNUC), o Brasil possui 545 parques, sendo 75 federais, 231 estaduais e 239 municipais, elegíveis para concessões e/ou parceria público-privadas. Até março de 2024, já haviam sido assinados 46 contratos de concessão, dos quais 15 para parques federais, 17 para estaduais e 14 para municipais.

Nesse vasto mundo de possibilidades, reunimos todas as condições de impulsionarmos o enorme potencial turístico do Espírito Santo e nos consolidarmos como um novo eixo, refletindo o potencial do país. Com o Peduc, pretendemos inserir o Espírito Santo nesse ambiente de economia sustentável e responsável.

Voltando à PNAD, se 51% dos turistas que nos visitam são do próprio Estado e de Minas Gerais, nosso programa de concessões de parques pode trazer maior equilíbrio a esse fluxo, atraindo, por exemplo, mais turistas de São Paulo. Donos do maior ticket médio do país, os paulistas representam apenas 1% dos nossos visitantes. Que tal equilibrar essa conta?

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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