A análise criminal é uma técnica desenvolvida e utilizada pela Ciência Policial para auxiliar na produção de conhecimentos direcionadas à gestão da segurança pública. É implementada pelo uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), viabilizando a tomada de decisões rápidas e eficientes no sentido de prevenir e coibir o crime, e caracteriza-se como uma forma especial de comportamento que se utiliza de várias técnicas e ferramentas para a efetividade de seu objetivo principal, que é a autoria do delito.
O gestor de segurança pública deve se utilizar da análise criminal para a eficiente tomada de decisões estratégicas, táticas e administrativas. O geoprocessamento, por exemplo, é uma ferramenta que possibilita a visualização da incidência dos fatos criminosos, para que se faça uma análise minuciosa das variáveis oriundas de diversas fontes de conhecimento. Assim, possibilita ao gestor o manuseio em tempo real das estatísticas, índices e dados empíricos sobre a rota e o mapeamento do crime.
Em regra, as decisões devem ser rápidas e conter o elemento surpresa para combater o fato delituoso em execução. Também é preciso ponderação para utilização dos meios adequados à prevenção, com o patrulhamento ostensivo que coíbe os atos criminosos. Trata-se de processo dinâmico, conjugando dados e recursos para que se possa atingir o objetivo prevencionista, com a proteção do elemento humano.
O gestor eficiente deve utilizar elementos básicos, como a obtenção, o processamento e a análise de dados, e, finalmente, a disseminação e uso do conhecimento. Essa análise dos fatos criminosos é a grande tarefa do analista criminal, no sentido de interpretar adequadamente o fenômeno criminológico diante de inúmeras variáveis, que serão apresentadas em seu relatório em busca de tendências e padrões criminais. Esse conhecimento será utilizado quando o fato criminoso estiver em execução ou para o planejamento operacional.
O elemento mais importante na análise é o padrão criminal, que reúne as características constatadas repetidas vezes em eventos delituosos semelhantes ou distintos e que se definam como interligados ou isolados em sua origem de planejamento e rotina. A racionalidade da análise não deve se basear apenas na tipologia criminal e se chegar a conclusões jurídicas e subsunção dos fatos, mas levar em consideração os fatores externos e a conduta humana variável e instável.
O processo inicial de análise é o mapeamento regional da área de proteção para se identificar adequadamente o fenômeno criminal e os índices de incidência por meio do geoprocessamento dos dados obtidos. Desta forma, é possível se obter a densidade dos fatos delituosos, agregando valor e fator de certeza à informação obtida, facilitando a tomada de decisões.
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A formação do profissional de polícia necessita da soma de conhecimentos científicos que combinem fundamentação jurídica, disciplinas técnicas, tecnologia da informação, psicologia, antropologia, sociologia e demais áreas das ciências sociais. A seleção de integrantes dos setores operacionais, de administração e gerenciamento das corporações policiais deve miscigenar profissionais das diversas áreas do conhecimento humano, inclusive das academias de formação técnica, ensino, evitando-se que o domínio de uma classe corporativa influencie negativamente na formação da política de segurança pública.
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