Há poucos anos parecia impensável consultas fora do cenário tradicional: sala de espera, assistente buscando dados em fichas e o acolhimento no consultório. Esse modelo, ainda praticado, reflete a essência do relacionamento humano entre médicos ou outros profissionais de saúde, como fisioterapeutas, psicólogos, psiquiatras e dentistas. O contato humano e o acolhimento são insubstituíveis, pois muitas vezes o que o paciente mais necessita é um gesto de empatia.
No entanto, a pandemia trouxe uma nova realidade. O isolamento social inviabilizou atendimentos presenciais para muitos, e a tecnologia surgiu como solução para garantir a continuidade do cuidado. A telemedicina e consultas on-line evoluíram rapidamente, com aplicativos transformando-se em ferramentas de acesso a médicos e especialistas, otimizando recursos e reduzindo a sobrecarga nos serviços de saúde.
Aplicativos especializados permitem que pacientes obtenham orientações sem precisar ir a pronto-socorros por problemas simples, como gripes ou infecções leves. Municípios têm adotado essas soluções para desafogar emergências e melhorar a eficiência do atendimento. Uma experiência positiva nesse sentido está sendo conduzida em Vila Velha, demonstrando o impacto desses recursos na gestão pública de saúde.
Países como os Estados Unidos e o Reino Unido lideram o uso de aplicativos para consultas on-line, com empresas como Teladoc Health e Babylon Health oferecendo soluções integradas. No Brasil, apesar da relevância da telemedicina durante a pandemia, é essencial cautela ao implementar departamentos dessa natureza nas secretarias municipais de saúde. A liderança desses setores exige ampla experiência em gestão hospitalar, uma boa assessoria jurídica para evitar conflitos com a Lei de Responsabilidade Fiscal e conhecimento das recentes normas que permitem contratações por notório saber.
Falam que uma boa oportunidade para os municípios e gestores de saúde de verdade mostrarem a que vieram serão as novas gestões municipais que se iniciam em janeiro. Esses novos mandatos serão um verdadeiro marco na área de gestão em saúde, sendo a primeira oportunidade pós-pandemia de o gestor público estar frente a frente com suas promessas, que serão aferidas e postas à mesa ao final do mandato.
O sistema de telemedicina pode trazer resultados rápidos, diminuir danos ao erário em casos de pronto-socorros superlotados e utilizar inteligência hospitalar para transformar dados em melhores tratamentos para a população. A saúde é o principal patrimônio de toda cidade, e a responsabilidade com esse setor deve ser tratada com seriedade e compromisso.
Apesar dos avanços, é importante lembrar que a tecnologia deve complementar, não substituir, o contato humano. Consultas por aplicativos são ferramentas valiosas, mas a empatia e o cuidado permanecem centrais na prática médica. Na era digital, o desafio é equilibrar eficiência tecnológica com humanização no atendimento, garantindo que o sistema de saúde evolua sem perder sua essência.
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