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É superintendente de Medicina Preventiva da MedSênior

Conviver com seus avós faz bem à saúde

A intergeracionalidade – nome dado a essa conexão entre pessoas de diferentes gerações – traz inúmeros benefícios à saúde física e mental de todos os envolvidos no processo, sendo um componente importante para o bem envelhecer

  • Roni Mukamal É superintendente de Medicina Preventiva da MedSênior
Publicado em 26/07/2024 às 13h25

O dia 26 de julho é dedicado a homenagear figuras muitos importantes dentro das estruturas familiares: os avós.

E mais do que funcionar apenas como mais uma data com apelo comercial no calendário, a ocasião pode ser o momento para reconhecer, valorizar e estar mais próximo daqueles que tanto têm para compartilhar e ensinar, honrando uma relação tão rica, amorosa e verdadeira como a que se estabelece entre os avós e seus netos.

Quem é ou foi próximo de um avô ou avó sabe o quanto a troca pode ser especial, mas, para além da experiência pessoal, o que se conclui hoje, com base em pesquisas científicas, é que a intergeracionalidade – nome dado a essa conexão entre pessoas de diferentes gerações – traz inúmeros benefícios à saúde física e mental de todos os envolvidos no processo, sendo um componente importante para o bem envelhecer.

Para se ter ideia, há muitos projetos desenvolvidos especialmente com o objetivo de cultivar essa convivência, inclusive entre pessoas sem nenhum vínculo familiar, que nem se conheciam previamente.

Um jovem nascido praticamente com um celular na mão, por exemplo, pode ser muito útil para auxiliar um idoso a se situar e se conectar neste universo digital que lhe foi apresentado tantos anos mais tarde. O idoso, por outro lado, terá em sua história pessoal e em sua experiência de vida muitas lições para compartilhar com aqueles que estão apenas começando a viver.

E esses são apenas exemplos simples entre inúmeras possibilidades e ganhos igualmente significativos. Basta pensar que o envelhecimento saudável – assim com a própria saúde em sua visão integral – não pode ser entendido apenas do ponto de vista físico.

E é nessa certeza que desenvolvemos o conceito do bem envelhecer envolvendo uma série de outras dimensões importantes para que não apenas se viva um maior número de anos, haja vista o aumento da longevidade e o envelhecimento populacional que experimentamos como país, mas também se viva melhor e mais plenamente.

Neste contexto, aspectos como relações sociais, conectividade, saúde financeira e mobilidade também precisam ser levados em conta e a intergeracionalidade surge como uma grande aliada da saúde física, mental e psicossocial dos idosos. A convivência entre as diferentes gerações pode promover melhorias na cognição e no estado de humor, bem como contribuir para preservar o senso de pertencimento do idoso.

Para as gerações mais jovens, a troca poderá trazer aprendizado a partir da experiência, do fortalecimento dos valores humanos, da ampliação do repertório, do sentir-se útil, importante e, no caso da relação estabelecida com avós, muito amado, o que, na prática, contribuirá diretamente para seu desenvolvimento saudável e sua saúde mental.

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Conexão entre avós e netos é importante. Crédito: Shutterstock

Para ambos, a conexão poderá ajudar a aplacar o preconceito que tanto trabalha contra o bem envelhecer, mesmo que o envelhecimento comece a partir do nascimento e seja o destino de todos.

Ou seja, só há benefícios, e um dia como este, dedicado aos avós, pode ser um bom momento para começar.

Portanto, netos, aproximem-se de seus avós, dediquem tempo para interagir com eles, aproveitem o que têm para oferecer. Avós, abram-se aos seus netos, acolham e encurtem distâncias. Anos de vida e diferentes fases da existência não precisam ser barreira. Ao contrário, podem ser ponte.

Construam juntos uma linda jornada. A saúde e o bem-estar agradecem, mas vocês também serão gratos.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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