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É diretor-executivo comercial do Banco Mercantil

Crédito consignado: solução acessível e consolidada no mercado

O grande desafio está no fato de muitas pessoas, especialmente as de menor poder aquisitivo, focarem apenas no valor da parcela e na sua viabilidade orçamentária, sem considerar o impacto da taxa de juros e do montante da dívida ao longo do tempo

  • Anderson Oliveira É diretor-executivo comercial do Banco Mercantil
Publicado em 11/04/2025 às 14h13

O crédito consignado tem se consolidado como uma das opções de financiamento mais vantajosas do mercado, especialmente por suas taxas de juros reduzidas. Ao longo dos anos, tornou-se uma ferramenta poderosa para ajudar milhares de aposentados, pensionistas do INSS e servidores públicos municipais, estaduais e federais a realizarem seus sonhos, oferecendo uma alternativa mais acessível em comparação a outras formas de crédito pessoal. Hoje, mais de 40 instituições financeiras operam com crédito consignado, especialmente para beneficiários do INSS.

Na prática, o crédito consignado é uma linha de empréstimo cujas parcelas são descontadas diretamente da folha de pagamento do tomador. Esse modelo reduz significativamente o risco de inadimplência para os bancos, permitindo-lhes oferecer as taxas de juros mais baixas do mercado. Isso também fomenta a concorrência entre as instituições financeiras, tornando o produto ainda mais acessível.

Antes da sua criação, aposentados e pensionistas enfrentavam grandes dificuldades para obter um financiamento, devido à combinação entre a baixa renda e o alto risco para as instituições financeiras. Com isso, o crédito consignado surgiu como uma solução, mas que exige cautela no seu uso para evitar complicações financeiras no futuro.

As taxas de juros do crédito consignado podem variar conforme o perfil do tomador. Para aposentados do INSS, por exemplo, as taxas giram em torno de 1,80 % ao mês. No caso dos servidores públicos, as taxas também são atrativas, mas podem variar dependendo da estabilidade do emprego e da política do banco.

Crédito consignado na iniciativa privada

Originalmente pensado para os trabalhadores da iniciativa privada, o crédito consignado surge como uma alternativa vantajosa para quem precisa de dinheiro com urgência e enfrenta dificuldades financeiras, sendo uma das poucas opções disponíveis para pessoas com nome negativado.

Apesar de apresentar taxas mais altas em comparação ao consignado do INSS, essa modalidade voltada à iniciativa privada pode ser uma solução eficiente para ajudar o tomador a regularizar sua situação financeira e retomar o controle de suas finanças.

Quando usá-lo?

Embora o crédito consignado seja uma opção de baixo custo, seu uso deve ser cuidadosamente planejado, para ser utilizado com sabedoria e discernimento, preferencialmente na solução de questões específicas, como a compra de um imóvel, a realização de uma reforma ou a quitação de dívidas mais caras, como as do cartão de crédito convencional, por exemplo.

Vale lembrar que a população brasileira ainda está se adaptando ao conceito de crédito e suas possibilidades. Por isso, a primeira pergunta a ser feita antes de decidir tomar um crédito é: "Qual problema esse crédito vai resolver?" ou "O que vou conquistar com esse crédito?". Muitas pessoas contratam empréstimos apenas porque eles estão disponíveis, sem refletir sobre as consequências financeiras no longo prazo.

Cuidados a serem tomados

Apesar de suas taxas de juros atraentes, o crédito consignado não está livre de riscos. O principal risco para os servidores públicos é a perda da capacidade de pagamento, seja por exoneração ou falecimento. Além disso, é fundamental prestar atenção ao valor das parcelas. Por lei, o valor delas não pode ultrapassar 35% da renda mensal. Portanto, é essencial fazer as contas e garantir que elas encaixam no orçamento, já levando os juros em consideração.

Notas de dinheiro, cédulas, dinheiro na mão
Notas de dinheiro. Crédito: Divulgação

Outro ponto de atenção é a tentação de pegar vários empréstimos ao mesmo tempo. O somatório deles pode comprometer a renda do tomador e gerar problemas financeiros significativos.

O grande desafio está no fato de muitas pessoas, especialmente as de menor poder aquisitivo, focarem apenas no valor da parcela e na sua viabilidade orçamentária, sem considerar o impacto da taxa de juros e do montante da dívida ao longo do tempo. A decisão de tomar um crédito deve ser sempre baseada na necessidade real e na capacidade de pagamento futura, para evitar que a dívida se torne um peso financeiro insustentável.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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