A preocupação das empresas com a saúde mental dos colaboradores, ainda mais em um contexto pandêmico, deve influenciar por muito tempo a produtividade e o processo de escolha por uma vaga ou permanência em um posto de emprego.
Apesar de a discussão ter aumentado bastante nos últimos tempos, e ser fomentada por campanhas como o Setembro Amarelo, um levantamento recente da Zenklub, uma plataforma de saúde mental, mostrou que 64% dos brasileiros não recebem nenhum tipo de benefício relacionado à questão emocional e psicológica.
Além disso, uma pesquisa da Ticket feita em setembro com 350 pessoas apontou que mais de 80% das empresas não monitoram a saúde dos seus funcionários e 65% delas não oferecem nenhuma iniciativa de saúde mental.
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O levantamento da Zenklub identificou ainda que 66% dos funcionários estão ansiosos, 61% sobrecarregados e também exaustos e cansados, enquanto 54% dizem sofrer com insônia e problemas para dormir. Consequentemente, esses problemas tendem a interferir em outras áreas da vida, em especial na vida profissional, e aumentar o número de licenças e demissões e, ao mesmo tempo, diminuir a produtividade.
A General Motors, por exemplo, revelou que viu a quantidade de licenças psiquiátricas triplicar durante a pandemia, por questões como burnout e luto.
Do ponto de vista jurídico também existe a possibilidade de caracterização futura de possíveis problemas de saúde, como burnout e depressão, como ocupacionais e a responsabilização dos ex-empregadores.
Nesse sentido, tanto para garantia do bem-estar de empregados quanto da manutenção da saúde do ambiente organizacional, existem algumas medidas simples que as empresas podem adotar para cuidar dos seus colaboradores.
Afinal de contas, sabemos que os efeitos da Covid-19 vão perdurar. Então, é preciso que os gestores estejam sensíveis às necessidades das pessoas e da própria empresa.
Adotar o teletrabalho, ou um regime híbrido, e deixar que as mães estejam mais próximas de seus filhos são algumas ações mais fáceis de serem aplicadas e que podem ajudar muito a ambas as partes.
Pode-se também, dentro do possível, investir em treinamentos de inteligência emocional e criar espaços de escuta e acolhimento para os colaboradores.
É fato ainda que nem todas as empresas possuem condições de investimento suficientes para montar uma superestrutura. Mas aquelas mais robustas podem pensar em ações como planos de saúde mais amplos e programas de bem-estar que envolvam equipes multidisciplinares de profissionais, como terapeutas, psicólogos e psiquiatras.
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O cuidado com a saúde mental dos colaboradores está definitivamente entrando em uma nova fase. E as organizações que perceberem, e agirem conforme sua realidade, terão como resultados não só uma melhor produtividade, mas um ambiente de trabalho saudável, desejado e muito bem visto pelo mercado e pela sociedade.
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