A dengue é uma doença viral que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, especialmente em regiões tropicais e subtropicais. Transmitida principalmente pelo mosquito Aedes aegypti, a dengue representa um desafio significativo para a saúde pública. Vamos explorar os aspectos essenciais dessa enfermidade, desde seu conceito até as possíveis soluções para seu controle.
O que é a dengue?
A dengue é uma doença infecciosa febril aguda causada por um arbovírus pertencente à família Flaviviridae, gênero Flavivirus. Existem quatro sorotipos distintos do vírus da dengue: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. Cada infecção por um sorotipo confere imunidade permanente apenas a ele, mas não aos outros, o que significa que uma pessoa pode ser infectada até quatro vezes ao longo da vida.
Como ocorre a transmissão?
A transmissão da dengue ocorre através da picada de mosquitos fêmeas infectadas do gênero Aedes, principalmente o Aedes aegypti. Após picar uma pessoa infectada, o mosquito pode transmitir o vírus para indivíduos saudáveis após um período de incubação de 8 a 12 dias. O ciclo de vida do mosquito envolve a postura de ovos em locais com água parada, que eclodem em larvas, transformam-se em pupas e, finalmente, em mosquitos adultos.
Quantas pessoas um mosquito pode infectar?
Um único mosquito Aedes aegypti pode potencialmente infectar várias pessoas ao longo de sua vida, que dura em média de 45 dias. Durante esse período, ele pode picar múltiplas vezes, aumentando o risco de transmissão do vírus da dengue.
Outras doenças transmitidas pelo Aedes aegypti
Além da dengue, o Aedes aegypti é vetor de outras arboviroses, como a zika, a chikungunya e a febre amarela urbana. Essas doenças compartilham sintomas semelhantes e representam desafios adicionais para o controle de epidemias.
Sintomas da dengue
Os sintomas da dengue geralmente surgem entre 4 e 10 dias após a picada do mosquito infectado e podem incluir:
- Febre alta súbita
- Dor de cabeça intensa
- Dor atrás dos olhos
- Dores musculares e articulares
- Náuseas e vômitos
- Erupções cutâneas
- Sangramentos leves, como sangramento nasal ou gengival
Em casos graves, a dengue pode evoluir para a forma hemorrágica, levando a sangramentos severos, falência de órgãos e até mesmo à morte.

Prevenção
A prevenção da dengue baseia-se principalmente no controle do mosquito vetor e na proteção individual contra picadas. As medidas incluem:
- Eliminar locais que acumulem água parada, como pneus, garrafas e vasos de plantas.
- Manter caixas d'água bem fechadas.
- Utilizar repelentes e roupas que cubram a maior parte do corpo.
- Instalar telas em portas e janelas para impedir a entrada de mosquitos.
Além disso, programas comunitários de conscientização e mobilização social são fundamentais para o sucesso das ações de prevenção.
Impacto das ações humanas no meio ambiente e a disseminação da dengue
Atividades humanas, como o desmatamento e a urbanização desordenada, têm contribuído para a proliferação do Aedes aegypti. A destruição de habitats naturais força os mosquitos a adaptarem-se a ambientes urbanos, onde encontram condições favoráveis para reprodução. Além disso, mudanças climáticas, resultantes de ações humanas, podem ampliar as áreas de risco para a dengue, afetando regiões anteriormente livres da doença.
Situação da dengue no Brasil e no Espírito Santo
No Brasil, todos os quatro sorotipos do vírus da dengue já foram identificados. O sorotipo DENV-3 foi reintroduzido no país no início dos anos 2000, levando a surtos significativos. No Espírito Santo, há registros da circulação do DENV-3, o que reforça a necessidade de vigilância contínua e medidas preventivas eficazes.
Possíveis soluções
Para enfrentar a dengue de maneira eficaz, é essencial uma abordagem integrada que envolva:
- Educação e mobilização comunitária: Esclarecer a população sobre a importância de eliminar criadouros e adotar medidas de proteção individual.
- Inovações tecnológicas: Implementar métodos como a liberação de mosquitos infectados com a bactéria Wolbachia, que reduz a capacidade de transmissão do vírus da dengue.
- Fortalecimento dos sistemas de saúde: Garantir diagnóstico rápido e tratamento adequado para os infectados, além de monitorar e responder prontamente a surtos.
- Pesquisa e desenvolvimento: Investir no desenvolvimento de vacinas eficazes e seguras contra os diversos sorotipos do vírus da dengue.
A luta contra a dengue requer a colaboração de todos – governos, comunidades e indivíduos – para reduzir a incidência da doença e proteger a saúde pública.
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