Dezembro é vermelho por um motivo muito específico: a necessidade cada vez maior de conscientizar sobre o avanço do contágio de HIV/Aids sob a sociedade. Ao passo que a medicina avança e o tratamento para a doença é cada vez mais sólido, milhares de pessoas ignoram os métodos de proteção e seguem se infectando.
O Ministério da Saúde aponta que no Brasil, em 2019, foram diagnosticados 41.919 novos casos de HIV e 37.308 de Aids. A maior concentração da doença no país está entre os jovens, de 25 a 39 anos, com 492,8 mil registros. Sendo 52,4% pessoas do sexo masculino e 48,4% do sexo feminino.
É de se estranhar que justamente a camada mais jovem da população, com mais acesso à informação e familiaridade com tecnologia esteja liderando os índices de contágio. Isso mostra de forma cristalina que o problema é cultural, ou seja, mesmo sabendo dos riscos, optam por não se cuidar.
A única maneira de reverter este quadro é com ampla campanha de conscientização em todos os meios de informação e também nas escolas. Afinal, um dos principais meios de prevenção é o diagnóstico precoce. Os testes rápidos para HIV são gratuitos e disponíveis nas Unidades Básicas de Saúde em todos os municípios do Espírito Santo. E o resultado sai em 30 minutos.
Para avançarmos neste campo de batalha é essencial comprometimento e boa vontade por parte das autoridades de todas as esferas do Poder. Desta forma, há que se lamentar o fato do Ministério da Saúde deixar vencer contratos e suspender os exames de genotipagem no Sistema Único de Saúde (SUS) para pessoas que vivem com HIV e hepatites.
Trata-se de um teste essencial para definir o tratamento adequado para quem desenvolve resistência a algum medicamento. Ideologias políticas a parte, a saúde não toma lado e deve ser prioridade.
Na Assembleia Legislativa, como presidente da Comissão de Saúde, tentamos desde 2012 o passe livre para pessoas que vivem com HIV e não conseguem pagar a passagem. Muitos precisam se deslocar para fazer o tratamento e não podem.
É essencial que as pessoas tenham conhecimento que a rede pública estadual de saúde oferece, a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), indicada para as pessoas que não têm o vírus, mas que vão se expor ao ter relações com parceiro soropositivo; e a Profilaxia Pós-Exposição (PEP), voltada para os profissionais da saúde que possam ter sido infectados por algum acidente de trabalho e para casos em que houve relação sexual sem os cuidados necessários. Também é realizado trabalho com grávidas portadoras do vírus, de modo a evitar a transmissão para o bebê.
Em todos esses anos, a medicina avançou muito nas formas de tratamento e combate ao vírus, sempre buscando a cura e a melhora da qualidade de vida dos pacientes. Hoje, ser diagnosticado com a doença não significa mais que a pessoa esteja sentenciada à morte, como no passado. E assim devemos seguir, buscar evolução e qualidade de vida para quem vive com o Aids.
O autor é deputado estadual e presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa do Espírito Santo
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