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É uma mulher negra, administradora, presidente da ONG Instituto Oportunidade Brasil e membro do grupo Clã das Pretas

Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha: celebrando resistência e luta

A importância dessa data vai além da celebração das contribuições e conquistas das mulheres negras. Ela também visa aumentar a visibilidade das lutas que essas mulheres enfrentam, lidando com desafios únicos e formas específicas de discriminação

  • Verônica Lopes de Jesus É uma mulher negra, administradora, presidente da ONG Instituto Oportunidade Brasil e membro do grupo Clã das Pretas
Publicado em 25/07/2024 às 11h59

No dia 25 de julho, comemoramos 32 anos do Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha.

A data foi instituída em 1992, pela Organização das Nações Unidas (ONU) durante o 1º Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas, realizado em Santo Domingo, na República Dominicana.

Esse encontro histórico reuniu mais de 300 representantes de 32 países, que compartilharam suas vivências, denunciaram as opressões enfrentadas e debateram soluções para combater o racismo e o machismo.

No contexto brasileiro, além de ser uma celebração internacional, o Dia da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha também presta homenagem a Tereza de Benguela.

Mulher
Pintura do artista francês Félix Vallotton, associada, no Brasil, à figura de Tereza de Benguela. Crédito: Wikimedia Commons

No século XVIII, Tereza foi uma líder histórica do Quilombo de Quariterê, localizado no Vale do Guaporé, em Mato Grosso. Sob sua liderança, mais de 100 pessoas, entre negros e indígenas, resistiram à escravidão por duas décadas.

Tereza, conhecida como "Rainha Tereza", navegava com destreza pelos rios do pantanal, simbolizando não apenas resistência, mas também liderança na luta por justiça e igualdade.

A importância dessa data vai além da celebração das contribuições e conquistas das mulheres negras. Ela também visa aumentar a visibilidade das lutas que essas mulheres enfrentam, muitas vezes lidando com desafios únicos e formas específicas de discriminação. Um exemplo alarmante disso é a taxa de assassinato de mulheres negras, que aumentou 54% em uma década, segundo dados do mapa da violência.

Desde 2013, o "Julho das Pretas", uma iniciativa do Odara – Instituto da Mulher Negra, também tem sido um momento crucial no Brasil para reforçar a visibilidade e a luta pela igualdade racial e de gênero.

Este mês julho é, sem dúvida, uma oportunidade para lançar luz sobre a realidade e os números tão alarmantes que afetam as mulheres negras do nosso Brasil, promovendo a conscientização e a ação coletiva para mudanças efetivas.

Que neste mês, em especial, e em todos os dias possamos reconhecer, celebrar e apoiar a força, a resistência e a liderança das mulheres negras latino-americanas e caribenhas em prol de um mundo mais justo e igualitário para todas e todos.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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