O futuro que queremos começa a ser construído no hoje. A frase vale para inúmeros aspectos da vida e faz todo o sentido no dia 7 de abril, quando celebramos o Dia Mundial da Saúde.
Trata-se de um momento oportuno para refletir sobre como entendemos a saúde e o processo de envelhecimento, que é tão certo quanto, por vezes, desafiador.
É também um alerta: se queremos bem envelhecer, é preciso começar logo, tomando decisões no tempo presente, focadas na prevenção. E, quanto antes for a mudança de postura, melhor, lembrando que sempre haverá ganhos ao se rever hábitos e condutas em prol de uma vida mais plena e saudável, independentemente da idade que se tenha.
Alimentar-se bem, dando preferência à “comida de verdade”, incluir o movimento e a atividade física na rotina, evitar perdas musculares significativas e garantir um acompanhamento médico regular estão entre as dicas mais comuns, mas ainda negligenciadas em seu valor e importância.
Mas há outros pontos importantes quando se pensa no bem envelhecer como um estado que vai além da saúde física. Preservar relacionamentos saudáveis com amigos e familiares, inclusive de outras gerações; manter círculos de interação social; aprender coisas novas – uma língua estrangeira, uma dança, uma atividade manual; cuidar da mente para que permaneça ativa e saudável; e praticar hobbies prazerosos são alguns exemplos de hábitos que, comprovadamente, fazem a diferença quando se pensa a saúde no sentido mais macro e abrangente.
Sabemos que algumas dessas decisões nem sempre estão acessíveis a todos, em um país desigual e repleto de desafios do ponto de vista da saúde pública e das oportunidades, mas adquirir a consciência dessa importância já é um caminho e tanto no que diz respeito à mudança pessoal e dentro do propósito de promover transformações em uma cultura que, por décadas, vive pautada no imediatismo e se preocupa muito mais em “remediar” do que em prevenir.
Um debate que se faz ainda mais urgente e necessário diante da constatação de que não somos mais um país jovem. Dados do Censo indicam que, em 2012, 49,9% da população tinha menos de 30 anos. Em 2022, esse percentual caiu para 43,3%. Já o percentual de pessoas com 60 anos ou mais subiu de 11,3% para 15,1% no mesmo período.
A queda na natalidade e o aumento da longevidade explicam esse processo, inclusive levando o país a perder o chamado “bônus demográfico”, que acontece quando o país tem mais pessoas economicamente ativas do que inativas.
O impacto dessa mudança na pirâmide é enorme e afeta a cada um e a todos. Na vida pessoal, podemos nos questionar: estamos vivendo mais tempo, mas será que vamos dar conta de também viver melhor? O que preciso mudar na nossa vida, na forma de enxergar o envelhecimento e no nosso autocuidado?

No caso das famílias, surgem os desafios do cuidado com a pessoa idosa e uma série de outras questões de ordem prática, emocional e financeira.
No caso das empresas de saúde, cabe encontrar novas formas de atuar, mais conectadas aos novos tempos, construindo modelos de cuidado com foco na prevenção, de forma a contribuir para que o idoso viva melhor e mais plenamente, além de garantir a sustentabilidade econômica das operações. No país, cresce a demanda por políticas públicas consistentes e por mudanças que perpassem temas como modelo de cuidado, assistência em saúde e aposentadoria.
São muitos os desafios, mas encará-los nos fará mais fortes e preparados para bem envelhecer, como pessoas, como empresas e como país. O benefício – contribuir para que se viva mais e melhor – vale o esforço e nos mobiliza.
Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.