O Dia Mundial da Saúde, celebrado em 7 de abril, é uma data oportuna para estimular uma reflexão: pensar com seriedade a saúde em nossos dias e em nosso país pressupõe levar em conta a mudança no perfil da população brasileira.
Nossa população está envelhecendo e o número maior de idosos a cada ano nos desafia a olhar de frente sobre o que a alteração na pirâmide etária representa na área de saúde, mas também no trabalho, na mobilidade, na questão previdenciária, no lazer e na qualidade de vida, entre tantas outras.
Dados do IBGE apontam que pessoas com 60 anos ou mais representavam 14,7% da população residente no Brasil em 2021, o equivalente, em números absolutos, a 31,23 milhões de pessoas. Em 2012, eram 22,34 milhões de pessoas, o que revela um crescimento de 39,8% nos últimos nove anos.
A pergunta que não quer – e não pode – calar é se estamos preparados, enquanto poder público, empresas, sociedade e cidadãos – para responder de forma adequada a essa mudança.
Mesmo atuando diretamente no setor de saúde, entendemos, a partir de um olhar atento e de um estudo realizado com apoio de pesquisadores e professores da UFMG, que é preciso trabalhar para viabilizar o conceito do “bem envelhecer”, que inclui a questão do envelhecimento saudável, mas não se resume a ele.
Pensar em proporcionar o “bem envelhecer” significa alargar o olhar e mobilizar atores para ir além, abrangendo outras dimensões que repercutem sobre o bem-estar do cidadão, como finanças, relações sociais e conectividade.
É um trabalho desafiador e amplo, que não será resolvido por uma empresa ou um governo. Há que se pensar em questões urgentes – como políticas públicas voltadas para quem tem mais de 60 anos - e em mudanças simples que podem trazer mais conforto e bem-estar para esse público, como oferecer ambientes mais iluminados, produtos com rótulos maiores, investimentos em acessibilidade e mobilidade, treinamentos de times para que tenham condições de atender com propriedade e empatia às demandas desse grupo.
Há que se pensar na cultura da prevenção como forma de garantir uma vida mais saudável no presente e no futuro. Há que se pensar na ideia de construção como forma de conscientizar, engajar e motivar: cada um coloca o seu “tijolo”, cada um executa bem o seu papel, cada um faz a sua parte sem perder de vista o todo que virá como resultado.
E cada um contribui começando a trabalhar hoje no amanhã que queremos ver construído. O tempo é agora. Os sujeitos somos nós. E a causa é nobre. Sigamos.
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