Ter uma mente saudável é um pilar fundamental para o bem-estar das pessoas, independentemente da idade, condição social ou grau de instrução.
Cuidar da saúde mental, portanto, é extremamente importante para todos, pois ajuda a estabelecer um equilíbrio para vivenciar as experiências da nossa jornada, boas ou ruins. A estabilidade emocional não impede as situações desafiadoras, mas dá condições ao indivíduo de lidar com elas de forma harmoniosa em todas as áreas da vida: familiar, profissional, afetiva, entre outras.
Há circunstâncias, contudo, que esse cuidado se torna ainda mais indispensável, e uma delas são os casos de enfermidades. Quase nunca é fácil lidar com os desafios que um problema de saúde traz consigo. Quando se fala em doenças crônicas, a condição se torna ainda mais difícil, já que elas são recorrentes e provavelmente irão acompanhar o paciente por toda vida.
Os impactos de uma enfermidade crônica vão além do aspecto físico. Um exemplo é o lipedema, uma condição inflamatória que se caracteriza pelo acúmulo desproporcional de gordura nos membros afetados, que podem ser pernas, coxas, quadris e braços. Pacientes com essa doença, na maioria das vezes, enfrentam sérios problemas com a autoimagem, já que a gordura doente acumulada não pode ser eliminada simplesmente com exercícios e dieta.
O lipedema, que afeta principalmente as mulheres, ainda não tem cura, mas já existem tratamentos assertivos especializados que ajudam a controlar os sintomas e evitar que o problema avance para estágios mais graves (quando ocorre o aumento de gordura nos membros afetados, deixando o corpo ainda mais desproporcional e potencializando as dores e os edemas).
O tratamento clínico (que pode ser associado ou não a cirurgia) é fundamental, mas cuidar da saúde mental também é essencial para que a paciente consiga lidar com todos os desafios que essa condição impõe: mudança na alimentação, acompanhamento médico regular, disciplina com exercícios, uso de medicamentos e uso de acessórios que ajudam a combater a inflamação, as dores e os inchaços do corpo.
Um outro problema que não pode ser esquecido é a autoestima abalada. Por ser uma doença que traz impactos estéticos, a autoimagem pode ficar seriamente comprometida. A autoestima depende de como a pessoa se enxerga e se avalia, e quando sua forma física não corresponde aos padrões de beleza vigentes e ainda se caracteriza como doença, a percepção de si mesma pode provocar sérios danos emocionais.
Em outras vezes, ainda que a autoimagem não esteja deturpada, os julgamentos de outras pessoas, ou até mesmo comentários inoportunos e preconceituosos, contribuem para desencadear uma série de desconfortos que comprometem a saúde emocional dessa paciente, somado ao enfrentamento de uma doença difícil que só ela sabe o quanto é custoso tratar.
Infelizmente, ainda há resistências e tabus que envolvem os cuidados com a saúde mental, mas isso não torna esse tratamento menos importante. Cuidar da mente, portanto, ajuda na manutenção da saúde orgânica (e vice-versa) e contribui para que cada um se perceba sem as distorções da autopiedade, do desânimo, da tristeza e da falta de esperança.
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