Quando chega o final do mês, mal dá para sentir o dinheiro na conta. Pagamos despesas com transporte, energia, telefone, alimentação, combustível, etc. O preço dos produtos aumentou? É claro que sim. Mas, antes de culpar governo A ou B, vale constatar que esse problema é mundial, não apenas no Brasil.
Essa inflação pandêmica gera alerta no mundo inteiro. Preços cada vez mais crescentes pesam nos custos do atacado, do varejo e afetam o poder de compra da população. Para se ter ideia, a inflação no acumulado de 12 meses na Argentina, calculado até o mês de julho, chegou a 51,8%. No Haiti foi de 17,9%; Brasil de 9,0%; Uruguai 7,3%; Chile 4,5%; México 5,8%.
Enquanto isso, nos países desenvolvidos, como Estados Unidos, foi pouco acima de 5,0% a maior inflação do país registrada em 12 anos. No Reino Unido, a inflação bateu em 3,2%, a maior dos últimos 6 anos.
A pergunta crucial é: por que os preços estão aumentando sem parar nesse período de pandemia? O motivo principal é que houve uma interrupção na cadeia produtiva no período mais intenso da pandemia. Concomitante a isso, o governo federal injetou mais dinheiro na economia, justamente para manter o poder aquisitivo da população. Mas a interrupção da cadeia produtiva (produção) mantendo o poder aquisitivo, gera inevitavelmente uma crise inflacionária, com a consequência do aumento dos preços.
Nosso problema de inflação e crescimento não tem relação com a demanda. Pelo contrário, a demanda continua, entretanto, a oferta diminuiu. No começo da pandemia, as empresas mandaram os trabalhadores para casa e demitiram muita gente, enquanto isso o governo adotou uma política fiscal expansionista agressiva de transferência de renda, necessária inclusive, caso contrário teríamos brasileiros morrendo de fome. Agora a conta chegou, e adivinha quem vai pagar? Nós mesmos.
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Sem entrar no mérito se essa política fiscal foi correta ou não, mas a política do “fique em casa, a economia a gente vê depois” foi responsável pela inflação, isso é evidente. Também não podemos negar que a saúde faz parte da economia. Pessoas doentes e mortos não consomem. A economia é consolidada com pessoas saudáveis e com renda, não se resumindo apenas a mercado financeiro.
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