O Espírito Santo é, sem dúvidas, um dos mais belos estados de toda federação. Privilegiado geograficamente, o solo capixaba conquista admiradores ano após ano. Ao longo dos mais de 46 mil km², podemos ir em poucas horas das lindas praias do litoral até as montanhas da Região Serrana.
Com tantas riquezas, o turismo tem tudo para ser a principal locomotiva para impulsionar a geração de emprego e renda a curto prazo. O Boletim da Economia do Espírito Santo do quarto semestre de 2022, produzido em parceria entre a Secretaria de Estado do Turismo do Espírito Santo (Setur/ES) e IJSN, mostrou que o turismo capixaba cresceu economicamente em 25,5% no ano de 2022, com variação interanual de 7% no quarto trimestre, que colocou o Estado na nona posição de crescimento, acima da Bahia.
Além disso, a receita arrecadada com atividades turísticas subiu 42,9% de 2021 para 2022, mostrando que o Espírito Santo cresceu consideravelmente em relação ao período pré-pandemia e, especialmente, ao ano de 2021. Vale destacar que grande parte do resultado está ligado às paisagens naturais que estão presentes de norte a sul do estado, tendo em vista que o ecoturismo é um segmento que vem crescendo anualmente em todo Brasil.
É nesse ponto que podemos encontrar um espaço ainda maior de crescimento, e o ecoturismo capixaba surge com grande potencial para ser protagonista no país. A pesquisa mais recente do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) mostrou que o turismo de paisagens naturais foi responsável por 25,6% das viagens em 2019 no Brasil.
A Mata Atlântica é o principal bioma do nosso estado, ocupando cerca de 85% do território. Além disso, são mais de 400 km de litoral, com uma ampla variedade de praias, que vão desde as mais movimentadas como a Praia da Costa, em Vila Velha, até as mais tranquilas como a Praia dos Padres, em Guarapari. Em Linhares, por exemplo, são 76 lagoas, uma delas, a maior da América Latina: a Juparanã.
Com um objetivo voltado para geração de renda, preservação ambiental e crescimento do fluxo turístico, em nossa gestão na Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Seama) e Secretaria de Estado do Turismo (SETUR), queremos contribuir para alavancar o segmento. Sob a responsabilidade da Seama, por meio do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), estão 17 unidades de conservação ambiental. São parques como Pedra Azul, Paula César Vinha, Forno Grande, Cachoeira da Fumaça, Itaúnas e outros. O potencial para atração de investimentos é imenso.
Olhar para fora e trazer bons exemplos para dentro é fundamental para o avanço. Nos Estados Unidos, de acordo com o Fórum Econômico Mundial, os parques nacionais faturam anualmente US$ 17 bilhões e recebem cerca de 307 milhões de pessoas. Com uma ação integrada entre poder público e iniciativa privada, são milhares de empregos proporcionados de forma direta e indireta todos os anos. Um dos parques mais famosos do mundo e referência em ecoturismo, o Grand Canyon gera para região 9 mil empregos diretos e movimenta U$ 710 milhões para cidades vizinhas.
No Brasil, o Parque Nacional do Iguaçu pode ser considerado a grande referência em turismo ambiental. Em 2022, 1,5 milhão de pessoas visitaram o local, o dobro do ano anterior. Outro ponto interessante é de que mais da metade dos turistas são internacionais. O local é ainda a principal fonte de renda de 14 cidades vizinhas ao parque.
Tanto o Grand Canyon, como o Parque Nacional do Iguaçu são extremamente preservados. Os dois são os principais destinos da natureza em seus países e possuem em comum uma ampla parceria entre os setores público e privado. Ao redor, uma extensa rede hoteleira, passeios, locais para venda e uma legislação que facilite que isso aconteça. É nesse sentido que queremos avançar muito no Espírito Santo.
Nossos parques podem e devem gerar emprego e renda para a população capixaba. Precisamos investir em infraestrutura, na preservação e incentivar a participação da iniciativa privada no processo. Hoje, em qualquer lugar do mundo, o poder público sozinho não possui condições de absorver todos os custos. É fundamental uma revisão na legislação estadual e a elaboração do plano de manejo para todas as unidades de conservação.
O plano é responsável por nortear todas as normas dos locais. É por meio deste documento que é possível entender o que pode ser feito para potencializar o desenvolvimento sustentável nos parques. Um amplo plano de negócios para todas as unidades também será feito, além da elaboração de estudos para análise da viabilidade dos investimentos. Com o crescimento dos meios de comunicação e a possibilidade de anúncios de forma geolocalizada, o Estado pode difundir para todo Brasil as belezas naturais capixabas.
Para que tudo isso funcione, é necessário ter uma gestão próxima entre o poder público e o setor produtivo. Permitir a entrada do capital privado não quer dizer que a fiscalização vá deixar de existir, muito pelo contrário, caberá sempre ao Estado o dever de fiscalizar as atividades realizadas.
Quanto mais preservada, conservada e limpa for a unidade, maior o número de pessoas interessadas em conhecer. Ou seja, quanto mais visitantes, maior o lucro para as empresas. Com o fomento dessa participação queremos ampliar os investimentos. A conta é simples, ao aumentar os valores investidos, mais turistas vamos atrair, mais empregos serão criados e teremos mais renda para a população.
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