A digitalização provocou mudanças profundas no âmbito das organizações e dos negócios desde a introdução da internet, no fim dos anos 1990. Na sequência, a introdução de tecnologias emergentes, como a inteligência artificial, a universalização do smartphone, a visão computacional e a Internet das Coisas (IoT) contribuíram para a transformação digital.
As tecnologias digitais afetam todos os âmbitos da vida econômica e social, como o comércio, as indústrias, as finanças, a saúde, a cadeia de suprimentos, o governo, a cultura e certamente também a educação. A pandemia não fez mais do que acelerar esse processo de transformação, um ano em cinco anos.
A transformação digital traz aumento da produtividade e redução de custos. Também provoca a substituição de trabalhos rotineiros e repetitivos, agora realizados por inteligência artificial no plano da gestão analítica e por robôs e IoT no plano físico, por trabalhos de maior valor adicionado e consequente significativo aumento de salário exercidos desde qualquer canto do país. Segundo o Fórum Econômico Mundial (WEF), 42% dos trabalhadores no mundo terão de ser requalificados nos próximos cinco anos para manter os seus empregos.
No Brasil, existe já uma significativa demanda insatisfeita por profissionais de tecnologia em áreas como ciências de dados, software e aplicativos, experiência e interface de usuário, inteligência artificial, desenho de produto, conteúdo digital, animação e gaming, computação em nuvem, marketing e comércio digital, mídia social e inteligência de negócio para citar alguns. Essa demanda não apenas emana das empresas de tecnologia de base, que hoje se tornaram as mais valiosas do planeta, como também de todas as indústrias que estão se transformando em empresas de tecnologia aplicada. Quase a metade dos empregos no Brasil será nas áreas de tecnologia até 2030.
Para poder acompanhar esta grande demanda de reeducação (up-skilling), formação de profissionais digitais (skilling) e mudança de profissão (re-skilling), precisaremos de instituições de ensino adequadas e escaláveis. A universidade já não é mais o único ou muitas vezes o melhor caminho para a inserção profissional. Cabe à educação livre, oferecendo cursos profissionalizantes com duração tipicamente entre 5 a 12 meses, o papel fundamental nesta missão. Hoje no Brasil já contamos com dois milhões de matrículas de educação profissional anualmente, e este número deverá se multiplicar nos próximos anos.
A primeira revolução industrial exigiu profundas mudanças na educação para a capacitação em série de trabalhadores aptos a operar as ferramentas de produção no século XVIII. Todos os alunos da mesma idade recebendo o mesmo conteúdo ao mesmo tempo na mesma sala de aula. Desde então pouco mudou.
Agora a transformação digital, a quarta revolução industrial, não apenas cria a alta demanda por profissionais das disciplinas digitais em curtíssimo espaço de tempo como também revoluciona a própria economia educacional, criando a tecnologia da educação (EdTech).
A pandemia forçou o fechamento de todas as escolas e universidades do Brasil. O espaço físico foi substituído pelo virtual, com o acesso ao aprendizado via internet. Na pós-pandemia retornaremos a um ensino híbrido (físico e virtual), mas o caminho para a educação on-line já foi amplamente aberto, e será essa uma alternativa cada vez mais presente no país, em particular para a capacitação profissional.
Também a pandemia nos mostrou os graves riscos da educação no plano da equidade social: mais de 4 milhões de alunos do ensino fundamental ficaram excluídos do processo letivo por não dispor de dispositivos de acesso à internet. Reflexo da galopante inequidade social e geográfica do Brasil. Agrega-se a esse desafio a deficiência no ensino na área de exatas, que cria graves barreiras no letramento digital de nossos jovens.
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O papel de escolas profissionalizantes on-line com alta qualidade, preços acessíveis e disponibilidade a qualquer momento e de qualquer local de nosso país continental se torna essencial. Já temos no Brasil EdTechs de ponta que contam com plataforma tecnológica de ensino (LMS) própria, com automatismo e inteligência artificial para o fornecimento de aulas assíncronas, com acompanhamento individualizado por tutores on-line, garantindo educação escalável por líderes da indústria a custos acessíveis. Um caminho de autorrealização e ascensão social para os brasileiros, suprindo a demanda das novas profissões da era digital.
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