Este sábado (8) é o Dia Internacional da Mulher. Instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1975, é o maior símbolo da longa luta das mulheres. Em 2012, durante a Rio+20, promover a igualdade de gênero passou a ser um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
A ideia de comemorar o Dia da Mulher surgiu entre o fim do século XIX e o início do século XX, com celebrações em diversos países entre os meses de fevereiro e março. Na origem, estava ligada às lutas operárias e à Internacional Socialista. Há diferentes versões sobre a escolha da data. Uma delas é a de que, em 8 de março de 1917 (23 de fevereiro no calendário juliano), houve uma grande manifestação feminina na Rússia czarista, que teve um papel importante na queda do regime. A partir de então, a data teria sido estabelecida como o Dia Internacional da Mulher.
Em 2025, o lema estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) é “Para TODAS as mulheres e meninas: Direitos. Igualdade. Empoderamento.”
No Brasil, a igualdade de direitos entre homens e mulheres foi inscrita na Constituição de 1988, o que foi um enorme avanço, especialmente se compararmos com a realidade de muitos países, onde as mulheres são legalmente submetidas aos homens. É claro que a realidade não é exatamente como a letra da lei.
Apesar dos avanços, número significativo de mulheres em nosso país ainda são submetidas aos ditames dos parceiros, continuam como responsáveis pelas tarefas domésticas e são vítimas de violência no seio da própria família. Isso sem falar no assédio moral e sexual em locais de trabalho que, além de execrável, acaba por interferir no próprio desempenho profissional. A pauta da igualdade de direitos ainda é muito atual.
E quando falamos em oportunidades, a situação não é muito diferente. Houve avanços significativos, mas ainda há muita desigualdade. Entre os avanços, destaca-se a educação. Segundo dados do Censo de 2022, as mulheres têm mais anos de escolaridade que os homens.
Em 2023, foi estabelecido um conjunto legislativo voltado a garantir que mulheres receberão o mesmo salário que os homens quando estiverem em funções iguais. Mesmo assim, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, as mulheres ganham em média 20% a menos que os homens. E mesmo no âmbito da atividade empreendedora, que registrou um grande aumento da participação feminina de 30% entre 2021 e 2022, os rendimentos são em média 26,7% menores para elas. A igualdade avançou, mas há um longo caminho a percorrer.

Ao chamar a atenção para a necessidade de empoderamento feminino, a ONU toca em um aspecto fundamental: só com a igualdade entre os sexos poderemos construir uma sociedade verdadeiramente livre. “Empoderar meninas e mulheres tem um efeito multiplicador e colabora com o desenvolvimento econômico e o progresso” (Espaço do Conhecimento Universidade Federal de Minas Gerais). Mais mulheres nos quadros de direção das empresas e do serviço público e mais mulheres na política. Com isso mais mulheres influenciando o destino de nosso país.
Mas tudo o que foi dito é muito pouco para reconhecer e homenagear as mulheres. Nós, que ainda estamos sob o impacto da conquista do Oscar, precisamos lembrar que essa vitória do Brasil é sobre a vida de uma mulher poderosa. Interpretada por duas atrizes excepcionais. Viva a mulher brasileira!
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