É inegável que o cenário político do Espírito Santo contará uma diversidade de forças que disputarão a direção do Executivo estadual. Será diferente de 2018, que teve a vitória no primeiro turno de Renato Casagrande com 55,9% dos votos válidos, em contraposição ao segundo colocado, Carlos Manato (então no PSL), com 27,22% dos votos válidos. Esse resultado mostrou uma confortável situação eleitoral do PSB no Estado.
Para 2022, podemos ter um cenário totalmente distinto, já que as eleições municipais em 2020 evidenciaram uma nova situação. Apesar de o PSB ser o partido de esquerda com grande êxito em 2020, obtendo 13 prefeituras, os partidos do Centrão foram os verdadeiros vitoriosos, com 58 prefeituras, com destaque para o Republicanos, que obteve 10 prefeituras. Já os partidos conservadores apenas venceram, timidamente, em três cidades.
Embora o PT não tenha alcançado nenhuma prefeitura no Estado e com o decréscimo das esquerdas, a sinalização de Lula como candidato à presidência pode modificar o cenário estadual, por causa da possível candidatura de Fabiano Contarato ao Anchieta, pelo PT. Além do mais, a filiação do ex-deputado estadual Roberto Carlos ao mesmo partido pode dar fôlego ao grupo para a disputa na Assembleia Legislativa. Diante disso, a possibilidade de uma aliança entre o PSB de Casagrande e o PT não é descartada.
Já o candidato conservador Carlos Manato (sem partido) anuncia-se como candidato ao governo do Estado, mas ele ainda está em negociação com partidos próximos ao bolsonarismo, como o PL de Magno Malta e o PTB, ligado ao ex-deputado federal Roberto Jefferson. O deputado federal Evair de Melo (PP), ligado ao movimento conservador, também se alia a Manato. Essa união é uma tentativa de um projeto conservador aliado ao bolsonarismo fazer frente ao governo de Renato Casagrande, o que pode ter ganhado força com a vinda do presidente da República ao Estado. Entretanto, um projeto conservador unificado para governo do Estado ainda está longe de uma concretização.
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Evidentemente, a disputa eleitoral de 2022 terá como debate central não somente a condução da pandemia, mas também assuntos como o desemprego e a violência. Do ponto de vista das alianças políticas, o candidato que estiver próximo a uma aliança consistente com o Centrão pode-se torna vitorioso no pleito. Dessa perspectiva, as próximas eleições podem implicar uma nova configuração de forças no campo político do Espírito Santo.
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