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É médico geriatra

Família, Natal e terceira idade: o idoso precisa se sentir importante

Vale reforçarmos a importância de incluir nossos idosos, não apenas nas festas de família, mas na vida, nos planos, nas prioridades

  • Gustavo Genelhu É médico geriatra
Publicado em 02/12/2022 às 14h00

Fim do ano, época esperada por muitas pessoas para reunir a família, rever entes queridos, fazer planos, trocar presentes e fortalecer laços afetivos. Apesar do clima festivo, esse período pode aflorar outros sentimentos e não é raro que alguns se sintam tristes, solitários e até deprimidos.

Com os idosos, essa não é uma situação incomum, por motivos bem variados: família distante, perda de parentes, saúde fragilizada, lembranças que entristecem o coração, ou aquela inevitável sensação de solidão ou, de alguma forma, de ter sido deixado de lado.

Vale, portanto, reforçarmos a importância de incluir nossos idosos, não apenas nas festas de família, mas na vida, nos planos, nas prioridades. Com carinho, empatia e solidariedade, é possível garantir que este seja um período repleto de sentimentos bons, alegrias e inclusão. Sensações positivas também são cultivadas para que floresçam.

Mais do que presentes, mesa farta e belas fotos que irão estampar as redes sociais, um fim de ano feliz se faz com ingredientes que, embora sejam valiosos, nada custam: amor e cuidado. O desânimo e a tristeza que afetam os idosos ocorrem, parte das vezes, pelo fato de não se sentirem mais tão importantes e úteis como antes. Desnecessários, como se fossem um peso a ser carregado. Um excesso de bagagem. Esse período pode ser um bom momento para desconstruir esses conceitos que, às vezes, nem têm razão de ser.

A inclusão pode acontecer em momentos corriqueiros, como pedir ajuda para decorar a casa para o Natal, ajudar com a lista de compras ou de convidados para a ceia, ou dar aquelas receitinhas antigas que só as vovós têm. Tudo isso ajuda a resgatar a autoestima perdida, a trazer de volta a alegria que parece ter ficado em algum lugar do passado e ajudar a construir um presente cheio de afeto. Nossos idosos não merecem menos que isso.

Contudo, os momentos festivos não duram para sempre. Passadas as comemorações e as delícias dos reencontros, todos retornam para as suas rotinas, suas obrigações cotidianas. E nesse contexto, a inclusão também precisa acontecer, num esforço coletivo para manter fortes os laços afetivos para que a terceira idade de nossos pais e avós seja a mais tranquila e valorizada possível.

Não sabe por quantos Natais e quantas viradas de ano eles nos presentearão com suas valiosas companhias, mas é agora que podemos construir os momentos felizes que nunca poderão ser apagados. E assim, faz-se o Natal acontecer todos os dias. Dentro e fora de nós.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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