É mais que sabido que o consumo de álcool e outras drogas pode causar uma série de consequências físicas, psíquicas e emocionais. O que muitas vezes não é levado em consideração, no entanto, é que quem não faz uso dessas substâncias, mas convive com um familiar com dependência química também pode desenvolver diversos problemas e necessitar de acolhimento e tratamento.
Um desses problemas é a codependência, um fenômeno caracterizado por preocupação e tentativa de controle excessivos. O familiar que vive a codependência, muitas vezes, muda sua rotina e acaba abdicando da própria vida para se dedicar ao outro. Ele sente-se responsável e resignado, acreditando que deve dedicar todo ou a maior parte de seu tempo ao outro.
A pessoa com codependência acredita que está em uma posição de salvadora do familiar com problemas decorrentes do uso de álcool e outras drogas. Ela tende a não aceitar que ele possa tomar as próprias decisões e, às vezes até tenta definir, por si mesma, qual a melhor modalidade de tratamento para o seu familiar.
E é importante ressaltar que essa codependência pode causar tanto distúrbios emocionais e psicológicos quanto físicos. Os familiares ficam entristecidos, estressados e podem desenvolver quadros de ansiedade e depressão, além de apresentar sintomas como insônia, hipertensão e até queda de cabelo. Apesar de afirmar que seu familiar necessita de tratamento, a pessoa com codependência pode não perceber que ela também precisa de acolhimento e cuidado.
É nesse contexto que o Programa Estadual de Ações Integradas sobre Drogas - Rede Abraço, do governo do Estado do Espírito Santo, também visa à promoção de bem-estar e de cuidado aos familiares de pessoas com problemas decorrentes do uso de álcool e outras drogas.
Nos Centros de Acolhimento e Atenção Integral sobre Drogas (CAAD) de Vitória e Cachoeiro de Itapemirim, o familiar poderá participar de grupos de família, que abordam questões referentes à codependência e a outras demandas relacionadas à dependência química. O intuito é acolher a vivência dos familiares e, por meio da troca com outros participantes do grupo, mediada pelos profissionais da equipe, identificar e fortalecer outras formas de lidar com os desafios cotidianos.
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O familiar da pessoa com problema decorrente do uso de álcool e outras drogas precisa ser acolhido porque sofre muito ao ver um ente querido em uma situação delicada. Com a Rede Abraço, desejamos ampará-lo e direcioná-lo. Queremos que ele fique bem, se empodere e se fortaleça para administrar melhor seu sofrimento. Assim, será mais fácil conviver e lidar com o dependente químico, mesmo se a escolha dele for continuar usando as substâncias.
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