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É professora do Curso de Economia do Ifes - Campus Cariacica

Fapes completa 20 anos com grande papel na evolução da pesquisa no ES

Em termos de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I), a criação da Fapes, em 23 de junho de 2004, representou um divisor de águas no Espírito Santo

  • Érika Leal É professora do Curso de Economia do Ifes - Campus Cariacica
Publicado em 26/06/2024 às 14h00

Em 23 de junho de 2024, a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes) completou 20 anos. Não há dúvidas de que em termos de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) a criação da Fapes representou um divisor de águas no Espírito Santo.

Criada num contexto favorável à área de CT&I no Brasil, período em que o país colocava em prática os instrumentos criados na Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior (PITCE), a Fapes foi a 19º Fundação de Amparo à Pesquisa criada no Brasil. Sua criação representa também a completude das Fap’s existentes na região Sudeste considerando que, até aquele momento, o Espírito Santo era o único Estado da região que não contava com uma Fap e essa situação, por si só, traz à tona as desigualdades intrarregionais no estímulo e no financiamento às atividades de CT&I.

Para se ter uma ideia do que representávamos em 2004, ano de criação da Fapes, em termos de CT&I, destacamos que naquele ano o Espírito Santo contribuía com 0,5% da produção científica nacional, possuía 200 grupos de pesquisa cadastrados no CNPq, o que representava 1% dos grupos cadastrados do país, e a Ufes possuía cinco cursos de doutorado.

Nesse sentido, nas palavras de Luciano Terra Peixoto, que presidiu a Fapes de 24/09/2007 a 02/03/2009, “já se fazia necessária a atuação de uma agência estadual de amparo à pesquisa, não só para apoio a estes pioneiros, em desvantagem com relação a grupos consolidados de outras unidades da federação na disputa por verbas federais, mas também na preparação do caminho para os que estavam chegando”.

Passados praticamente 20 anos, em 2022, o Espírito Santo já contribuía com 1,41% da produção científica nacional; em 2023, contou com 828 grupos de pesquisa cadastrados no CNPq, alcançando 1,9% do total de grupos do país; e a Ufes, em 2023, chegou a 38 cursos de doutorado, inaugurando seu primeiro doutorado profissional.

Nestas duas décadas, o Espírito Santo também foi em muito impactado pela expansão da Ufes para o interior do Estado, e pela transformação do Cefet-ES em Ifes em 2008, o que possibilitou que todas as 10 microrregiões capixabas contem com pelo menos um instituto federal. Além da expansão das faculdades privadas em muito beneficiadas pelo Programa Nossa Bolsa, criado pela Fapes em 2006.

Para comemorar seus 20 anos de existência, a Fapes lançou no dia 21 de junho o livro intitulado “Fapes 20 anos - História, Evolução e um Olhar para o Futuro”, organizado por mim em colaboração com alguns funcionários da instituição, do Ifes e pela doutora em Sociologia Michelli Possmozer.

A obra traz uma contextualização histórica da ciência, da tecnologia e da inovação do Espírito Santo; resgata a história da criação e a evolução da Fapes destacando não apenas os marcos institucionais, mas especialmente os atores locais envolvidos na evolução da Fundação; lança luz sobre projetos de destaque em suas cinco ações finalísticas que são o apoio à pesquisa, difusão científica, capacitação em recursos humanos, inovação e extensão; e por fim, traz um olhar para o futuro da instituição.

Os leitores poderão ver que apesar da criação relativamente tardia em comparação à maioria das demais Fap’s do país, em apenas 20 anos de existência a Fapes se configurou entre as mais exitosas do país. Em diversos indicadores relacionados aos investimentos em atividades de pesquisas (1ª em % de contribuição à pesquisa), em execução orçamentária (3ª posição entre as Fap’s) e em investimentos em bolsas (2ª em percentual de contribuição), nossa fundação é destaque nacional.

Os próximos anos nos trazem desafios ainda maiores e contamos com nossa Fapes como protagonista na coordenação e no financiamento das atividades de CT&I, que são cada vez mais cruciais para a promoção do desenvolvimento sustentável. Vida longa à Fapes!

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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