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É professor é bacharel em filosofia

Fogueiras nos ônibus do ES: o novo normal da violência?

Criminosos continuam atacando, sem qualquer receio de punição. A sociedade segue indiferente, como se aceitar essa violência fosse inevitável. Essa normalização de um problema tão grave evidencia a falência do sistema

  • Paulo Brandão É professor é bacharel em filosofia
Publicado em 31/03/2025 às 17h19

O transporte público na Grande Vitória deveria ser um direito acessível e seguro. No entanto, tornou-se um desafio para milhares de pessoas. Estudantes e trabalhadores enfrentam um cenário de precariedade e insegurança. Os ataques aos ônibus se multiplicam e transformam o cotidiano em um pesadelo.

Esses episódios vão além da destruição física dos veículos. Cada ônibus incendiado representa um golpe contra aqueles que dependem dele para o dia a dia. Empresas alegam prejuízos financeiros e repassam custos ao usuário, que já paga caro por um serviço ruim. Motoristas se tornam vítimas invisíveis. O Estado parece impotente diante dessa realidade.

A dependência dos ônibus torna esses veículos essenciais. Porém, os ataques reforçam a sensação de descaso com as políticas públicas. A violência afeta diretamente estudantes, trabalhadores e famílias. A conta chega para os que mais sofrem: para os usuários, por meio de tarifas cada vez mais altas, e para os cidadãos, através dos impostos que financiam os prejuízos.

Estado do ônibus após ser incendiado na Ponte de Camburi
Estado do ônibus após ser incendiado na Ponte de Camburi. Crédito: Daniel Marçal

A impunidade é evidente. Criminosos continuam atacando, sem qualquer receio de punição. A sociedade segue indiferente, como se aceitar essa violência fosse inevitável. Essa normalização de um problema tão grave evidencia a falência do sistema.

A mobilidade urbana precisa de investimentos. O transporte público deve ser diversificado. Ciclovias adequadas também devem ser prioridade. O poder público precisa agir para garantir segurança e qualidade aos usuários.

Chegou a hora de abandonar a aceitação passiva. A violência nos ônibus não pode ser parte do cotidiano. Medidas concretas são urgentes. Cada cidadão merece um transporte público que ofereça dignidade e segurança.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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