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É vereadora e presidenta da Comissão de Defesa e Promoção dos Direitos das Mulheres da Câmara Municipal de Vitória

Gravidez na adolescência: menos tabu e mais informação para reduzir casos

Aqui no Espírito Santo, mais de cinco mil meninas entre 10 e 19 anos ficaram grávidas no ano passado. São números que precisam ser reduzidos drástica e urgentemente

  • Karla Coser É vereadora e presidenta da Comissão de Defesa e Promoção dos Direitos das Mulheres da Câmara Municipal de Vitória
Publicado em 14/03/2024 às 16h17

Em importante pesquisa feita sobre os impactos da gravidez na adolescência, divulgada por A Gazeta, ficou nítido que a falta de informação é um dos fatores cruciais para adolescentes engravidem. Segundo a pesquisa, uma em cada cinco garotas que engravidam desconhecem meios de prevenção e têm nova gestação antes de completar 18 anos.

Aqui no Espírito Santo, mais de cinco mil meninas entre 10 e 19 anos ficaram grávidas no ano passado. São números que precisam ser reduzidos drástica e urgentemente.

Como presidenta da Comissão de Defesa e Promoção dos Direitos das Mulheres da Câmara Municipal de Vitória e parlamentar defensora dos direitos das meninas e mulheres, é meu dever abordar temas cruciais que afetam diretamente a saúde e o bem-estar das nossas crianças e jovens.

Quando se fala em gravidez na adolescência, vários estigmas são direcionados às meninas. Muitos querem convencer pelo medo, mas o que realmente demonstra a realidade, as causas e consequências é informação. De nada adianta não falar; isso tem o efeito inverso.

Quando não se fala sobre o assunto com os adolescentes, eles não têm a quem recorrer quando precisam de ajuda. É aí que mora o perigo. É daí que surgem as estatísticas trazidas pela pesquisa e já comentadas no primeiro parágrafo desse artigo.

Gravidez
Gravidez na adolescência. Crédito: Pixabay

Em Vitória, está vigente uma lei popularmente chamada de “Eu Escolhi Esperar”, que trata como política pública a abstinência sexual como forma de prevenção da gravidez na adolescência. De política pública isso não tem nada. Infelizmente essa lei foi promulgada – não sem que eu, como parlamentar representante de milhares de jovens que precisam de informação para que sejam protegidos(as), levantasse a minha voz contra o projeto.

Política pública é feita com dados. Os dogmas, a gente deixa para as nossas crenças. O poder público não pode agir mediante dogmas, afinal eles são indiscutíveis. E quando as causas e consequências da gravidez na adolescência não são discutidas, a tendência é que as adolescentes sejam lançadas à própria sorte, sem a atenção e proteção devida do Estado.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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