Não tenho dados precisos em mãos, mas acredito serem poucos – pouquíssimos - os capixabas que possam testemunhar com clareza o que acontecia no Espírito Santo em 11 de setembro de 1928. A data de circulação do primeiro exemplar impresso de A Gazeta, em Vitória, marca também o nascimento da Rede Gazeta, hoje com presença full time em todas as plataformas digitais e regiões do Estado.
No entanto, não vou me atrever aqui a escrever sobre a história da empresa, muito embora não me faltem memórias e observações, visto que foi meu pai, Cariê Lindenberg, quem transformou um jornal impresso em grupo de mídia. Mas entendo que a empresa é parte de uma narrativa na qual a sociedade capixaba sempre foi a voz mais ativa.
Quando o papa João Paulo II desembarcou em Vitória, estávamos lá. Quando o Executivo estadual abriu caminhos pelo interior e levou luz à roça, estávamos lá. Nas enchentes que assolaram de Norte a Sul do Estado, estivemos lá. Quando o crime organizado ameaçou as instituições democráticas, fizemos frente junto à sociedade civil. Quando Vitória e Vila Velha se uniram sobre o mar através da quinta maior ponte do Brasil, registramos. Assim como fizemos recentemente, quando esta mesma ponte passou a ser passagem para ciclistas.
Nesse tempo que se passou, nossa proximidade das pessoas também refletiu no mercado. Demos voz e valorizamos aqueles que aqui trabalham e confiam. Década após década, vimos empresas se estabelecerem, crescerem, cruzarem as divisas do Estado e ganharem o mundo. Seja nos intervalos da TV, seja nos anúncios folheados, seja nas mídias digitais, acompanhamos os hábitos do público e ajudamos a projetar marcas e investimentos importantes para a economia.
Como se pode ver, o papel da Rede Gazeta ao longo dos últimos 95 anos é estar onde as pessoas estão. Tarefa que, escrita assim, parece simples, mas que carrega a responsabilidade de quem vê no Jornalismo sério, plural e equilibrado e na publicidade responsável e com propósito ferramentas potentes para que a própria sociedade caminhe e evolua. O compromisso democrático é imperativo.
Embora não seja jornalista por formação, as mais de três décadas de convivência diária com repórteres, editores e fotógrafos me trouxeram a clara percepção do que é a alma deste grupo: o olhar sobre as pessoas. Através da escrita diária, das lentes das câmeras, por trás de cada reportagem sempre houve e sempre haverá uma pessoa que poderia estar no lugar de outro capixaba.
Não é tarefa fácil para nenhum profissional, por exemplo, abordar uma mãe ou um familiar que perdeu alguém numa tragédia. É repugnante estar cara a cara com um criminoso. Desperta emoção presenciar reencontros e recomeços. Mas para cada um de nós – e para os que por aqui passaram nessas mais de nove décadas – nunca houve a mínima chance de passo atrás. Porque estamos aqui para isso e por quem não pode estar.
O que nos impulsiona diariamente é o desejo de ver um Espírito Santo mais forte, desenvolvido, onde as pessoas conheçam seus direitos e seus espaços, onde se sintam seguras e capazes de tomar decisões. É tarefa que se cumpre a cada dia e que recomeça no amanhecer seguinte.
Até bem pouco tempo atrás, nosso slogan – aquela frase que resume o pensamento de uma empresa – era “a vida se faz com informação”. Ouso dizer que, depois de 95 anos de existência, entendemos que a vida se faz com coragem. Coragem de batalhar junto de cada capixaba, de reconhecer as maravilhas que existem aqui, de buscar respostas, oportunidades, e de nos espelhar em cada história é o que dá sentido à nossa existência e ao nosso ofício de conectar as pessoas.
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