Autor(a) Convidado(a)
É assessor de investimento e sócio da Matriz Capital

Herança sem transtornos: aprendendo com a história de Marília Mendonça

A história de Marília Mendonça é uma lembrança valiosa de como a vida pode mudar num instante e de como estar preparado, seja qual for o tamanho do patrimônio, pode fazer toda a diferença para aqueles que ficam

  • Felipe Paixão É assessor de investimento e sócio da Matriz Capital
Publicado em 05/11/2024 às 16h44

A morte da cantora Marília Mendonça, tão precoce e trágica, completa três anos neste 5 de novembro, deixando uma lacuna na música sertaneja e também na vida de milhões de fãs.

Além de todo o sentimento e do luto, a partida dela trouxe à tona outro aspecto doloroso que poucas famílias estão preparadas para enfrentar: as questões burocráticas e financeiras que surgem com o inventário de uma pessoa, especialmente em casos de patrimônio elevado e com ativos complexos, como direitos musicais.

Dona Ruth Moreira, mãe de Marília, tem comentado sobre a imensidão das burocracias envolvidas no processo de inventário. Ela explica como o advogado ainda não conseguiu finalizar o cálculo do patrimônio, em parte devido à complexidade dos direitos com a gravadora Som Livre e os valores dos direitos autorais, além da tentativa de um empresário de reivindicar parte da fortuna de Marília.

Esse cenário é um exemplo emblemático da importância do planejamento sucessório: mesmo quando a herança está claramente destinada a parentes próximos, como a mãe e o filho pequeno, o processo de inventário pode se arrastar por anos e exigir esforços extenuantes, afetando a estabilidade da família e a liquidez do patrimônio.

Planejar a sucessão em vida pode parecer algo reservado apenas para quem possui fortunas consideráveis, mas é um recurso que beneficia qualquer pessoa que queira garantir que os bens que acumulou ao longo da vida serão distribuídos de acordo com suas vontades e sem causar tumulto para os herdeiros.

No caso de Marília Mendonça, com um patrimônio que alguns estimam em R$ 500 milhões, incluindo uma mansão e um dos catálogos musicais mais valiosos da sertaneja, é evidente que o planejamento sucessório teria facilitado muito para sua família. Um planejamento bem elaborado permitiria minimizar os custos e os trâmites burocráticos, protegendo os direitos de todos os envolvidos e reduzindo conflitos judiciais, como o caso do empresário que tentou, sem sucesso, reivindicar parte de sua fortuna.

O planejamento sucessório, muitas vezes, envolve a criação de estruturas jurídicas e financeiras – como holdings, testamentos e seguros de vida – para proteger o patrimônio e garantir sua transferência de forma menos onerosa e mais ágil. Para pessoas com grandes acervos musicais, como Marília, os direitos autorais são uma questão central: ao serem devidamente registrados e planejados, eles geram renda regular para os herdeiros e permanecem protegidos de disputas.

Assim, ao invés de serem surpreendidos com uma série de procedimentos complexos, os familiares poderiam ter um guia seguro de como o patrimônio seria tratado e distribuído.

O seguro de vida é uma ferramenta essencial dentro do planejamento sucessório para famílias de alta renda, pois proporciona liquidez imediata, elemento crucial no caso do falecimento do provedor financeiro da família, é comum que seus bens e recursos fiquem bloqueados até a conclusão do inventário, um processo que demanda tempo e pode gerar despesas significativas.

O seguro de vida, por sua natureza, evita essas complicações ao disponibilizar em poucos dias uma quantia diretamente aos beneficiários, sem a necessidade de entrar no processo de inventário. Isso permite que a família enfrente os custos imediatos para manutenção do padrão de vida, bem como impostos e despesas do inventário, mantendo a estabilidade financeira enquanto os bens são liberados.

A cantora Marília Mendonça em junho de 2021
A cantora Marília Mendonça em junho de 2021. Crédito: Reprodução/Instagram/@mariliamendoncacantora

Essa abordagem não precisa ser algo frio ou voltado somente ao dinheiro. Pelo contrário, o planejamento sucessório é uma maneira de cuidar de quem amamos mesmo quando não estamos mais presentes. É a chance de garantir que os valores e o legado que construímos continuem a beneficiar quem realmente importa para nós.

Na prática, evita que herdeiros fiquem à mercê de longos processos judiciais, de contas bloqueadas ou de disputas desgastantes, tudo isso em um momento em que já estão vulneráveis pela perda de alguém importante.

No caso de Marília Mendonça, se houvesse um planejamento sucessório detalhado, a mãe dela, Dona Ruth, e seu filho Leo poderiam estar mais amparados nesse processo, com maior clareza sobre os passos a serem seguidos e menos exposição à burocracia. Essa situação ilustra, em particular, a importância do seguro de vida, tanto como um meio de evitar atrasos no acesso aos recursos, como uma solução que viabiliza fundos para o sustento dos herdeiros enquanto os trâmites legais são resolvidos.

Para famílias com membros que possuem uma carreira artística, o planejamento sucessório se torna ainda mais essencial, pois envolve a administração de direitos autorais, de royalties, de contratos e até de licenciamento de imagem. Um planejamento cuidadoso desses bens assegura que o patrimônio se mantenha intacto e continue a gerar renda, seja para o sustento, seja para investimentos futuros.

A história de Marília Mendonça é uma lembrança valiosa de como a vida pode mudar num instante e de como estar preparado, seja qual for o tamanho do patrimônio, pode fazer toda a diferença para aqueles que ficam. O planejamento sucessório, portanto, é uma forma de aliviar o peso emocional e financeiro para nossos entes queridos, um cuidado que, no fundo, todos podemos oferecer.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

A Gazeta integra o

Saiba mais

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.

A Gazeta deseja enviar alertas sobre as principais notícias do Espirito Santo.