O mundo inteiro acompanha atônito a tensão no Afeganistão e o drama da sua população. Após duas décadas de conflitos, as tropas dos EUA deixaram o território, e imediatamente o Talibã avançou até tomar a capital, pouco depois do presidente fugir do país.
Como desabafou a jornalista afegã Waslat Hasrat-Nazim: “A razão pela qual muitos estão chocados é que estão começando a perceber que seus governos não invadiram o Afeganistão 20 anos atrás para defender os direitos humanos, mas somente por interesses políticos”.
Em consequência, temendo o radicalismo do novo governo, milhares de pessoas tentam fugir do país, gerando um colapso no aeroporto de Cabul. As cenas do povo afegão tentando desesperadamente entrar no avião americano é angustiante. Nos vídeos, a multidão se abarrota e as pessoas, umas sobre as outras, agarram-se à fuselagem da aeronave – alguns foram gravados caindo do céu enquanto o avião estava em voo.
Testemunhar essa atrocidade gera um misto de dor e revolta, especialmente ao sabermos que a história dessa pequena região é marcada por disputas políticas, fanatismo religioso e violação dos direitos humanos.
Na verdade, o que estamos acompanhando é o resultado de anos de barbárie e jogos de poder. Diante do colapso humanitário, as grandes nações simplesmente contabilizam o custo-benefício deixando os afegãos e afegãs à própria sorte.
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No altar da ganância e insensibilidade internacionais, pisoteado por um tipo desumanizador de interpretação religiosa, o povo é sacrificado e a vida transforma-se em nada. As imagens que explodem na mídia diminuem a humanidade e denunciam o quanto podemos ser monstruosos.
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