A democracia é melhor ensinada e praticada nos municípios, pois ali o trabalho prático e o resultado de uma votação é imediatamente visível. Trabalhar a serviço da comunidade é, portanto, a melhor etapa preliminar para o trabalho no campo político em geral.
Teremos neste ano um pleito para eleger prefeitos e vereadores que, desde o início, já se acreditava que seria realizado em um cenário bastante desafiador, considerando a polarização política que persiste, além das sucessivas crises e polêmicas que ocupavam o noticiário político. Contribui para reforçar tal prognóstico a emergência sanitária que acomete o mundo e a crise econômica que pinta o horizonte próximo com tons sombrios.
Todos os atuais prefeitos e prefeitas, sem exceção, vivem sob os efeitos socioeconômicos e políticos da pandemia da Covid-19, cujo horizonte de contaminação segue indeterminado, mas que, certamente, vai impactar fortemente os próximos quatro anos dos governos municipais. Mais do que nunca será necessária uma gestão pública colaborativa.
A eleição municipal costuma ser vista como uma disputa à parte, pautada por problemas do dia a dia da cidade, como asfalto nas ruas, saúde pública, educação e saneamento. Uma disputa feita em meio à pandemia do novo coronavírus, em um momento de polarização política do país, deve tornar a campanha que ora se inicia ainda mais singular.
Sem o popular corpo a corpo, impossibilitado pela necessidade de distanciamento social, a eleição deve ter novamente nas redes sociais uma plataforma para conectar candidatos e eleitores. Isso traz desafios, como lidar com os disparos de mensagens e problemas já registrados em 2018, como as fake news.
A Covid-19 afeta diretamente as Eleições 2020. Os prefeitos vão ser cobrados por isso, e os vereadores vão precisar apresentar propostas que atendam às necessidades que já estão surgindo na pandemia, como transporte coletivo, educação, saúde. Isso vai exigir dos governos atuação mais contundente na responsabilidade social e também fiscal, dada a crise posterior à pandemia, não cabendo portanto espaço e tempo para gestores públicos inexperientes e aventureiros.
É hora de competência e de muita experiência na gestão pública, como também no trato das composições políticas. Os eleitores estão muito maltratados e com o nível de tolerância baixíssimo. Não aceitam mais gestores públicos municipais ineficientes, apontam as pesquisas.
O autor escritor, presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Vila Velha e membro do IHGES
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